arte do desentendimento
não escrevo
sobre o que detenho.
escrevo
para apropriar-me
do que há
no mundo.
para inventar oceanos,
terra,
céu,
gente.
para preencher-me de vazio,
do que não é pleno,
do espanto inquieto
e do questionamento
sobre tudo o que eu penso que eu sei.
ser poeta é desentender.
RUBRA, Dênis. "arte do desentendimento". In:_____. é muito cedo pra pensar. Rio de Janeiro: Rubra Editora, 2017.
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