29.6.13
Pedro Mexia: "Eu amo"
Eu amo
Eu amo o teu gravador de chamadas.
Ele não me abandona
e repete vezes sem conta
a tua voz.
MEXIA, Pedro. Avalanche. Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2001.
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Pedro Mexia,
Poema
27.6.13
Curso "O que é a poesia?", no b_arco
De 2ª feira, dia 1º de julho, até quinta-feira, 4 de julho, ministrarei diariamente, das 19h30 às 21h30, o curso "O que é a poesia", no centro cultural b_arco, em São Paulo, na Rua Virgílio de Carvalho Pinto, 426, em Pinheiros (entre a estação de metrô Faria Lima e a estação de metrô Clínicas).
O curso pretende investigar a natureza da poesia e a sua relação tanto com as outras artes, quanto com a filosofia; interrogar a produção poética contemporânea e reconsiderar a tradição; avaliar a experiência da modernidade e, em particular, a experiência da vanguarda; discutir as dicotomias tradicionais, tais como verso e prosa, inspiração e trabalho, forma e conteúdo, continuidade e ruptura etc.; revisitar as formas e as técnicas de versificação; reproblematizar a relação entre poesia e letra de música e, por fim, questionar o sentido e os caminhos da poesia nos mundos da mídia e da Internet.
Cronograma das aulas
1ª aula: É possível definir a poesia? A poesia na tradição ocidental. Homero e a poesia oral primária. O mito, o epos e o logos.
2ª aula: A natureza do poema escrito. A leitura do poema. A poesia e o juízo de valor. A poesia contemporânea e o legado da tradição.
3ª aula: A poesia e o legado da vanguarda. As formas poéticas. A poesia e a modernidade.
4ª aula: A poesia e a música. A poesia e a filosofia. A poesia e os novos meios.
Carga horária total: 8h/ 4 encontros
Aberto a todos os interessados
Mais informações no site do b_arco: http://barco.art.br/o-que-e-a-poesia/
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Antonio Cicero,
Poesia
26.6.13
Manifesto do MEEL - Movimento Estratégico pelo Estado Laico
O seguinte manifesto foi-me enviado por amigos, e é assinado pelo MEEL - Movimento Estratégico pelo Estado Laico. Concordo com seus termos. Ele é apoiado pelas seguintes organizações: Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB); Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA); Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); Comunidade Bahá'i do Brasil; Conselho Federal de Psicologia (CFP); Instituto de EStudos Socioeconômicos (INESC); Plataforma DHESCA.
Brasília, 18 de junho de 2013
O Brasil vive hoje uma grande ameaça para a garantia de uma vida com dignidade e sem discriminação para todos/as os/as brasileiros/as, chamada fundamentalismo religioso. Após longo processo histórico que culminou em uma sociedade diversa e plural, vivemos um contexto de retrocesso e de obscurantismo que ameaça um princípio democrático estruturante de nossa Constituição Federal: a laicidade do Estado.
Buscando contribuir para garantir que as decisões sobre a legislação, políticas e serviços públicos sejam baseadas em evidências e não em crenças religiosas de qualquer natureza, o Movimento Estratégico pelo Estado Laico – MEEL foi criado para somar-se aos esforços nacionais em prol da garantia da laicidade do Estado brasileiro e dos direitos humanos.
O Brasil é um Estado Laico, no qual não há nenhuma religião oficial. Um Estado laico não é um Estado ateu, plurirreligioso ou intolerante às liberdades religiosas. Em um Estado laico, não há nem perseguição religiosa, nem favorecimento das religiões. É exatamente a laicidade do Estado que garante a liberdade religiosa e de crença de cada cidadão e cidadã. Em um Estado laico, os órgãos públicos devem ser neutros em matéria religiosa. Isso não significa que quem os integra não possa professar suas crenças individualmente ou com suas famílias e tampouco que sua liberdade de expressão possa ser cerceada. Significa apenas que sua atuação profissional não deve se pautar pelas suas crenças religiosas.
Assim, o objetivo do MEEL é defender o fim da crescente hegemonia religiosa que hoje tem fortemente influenciado a formulação e a execução das políticas públicas, assim como tem causado grandes retrocessos nas propostas do poder legislativo no Brasil. Há uma perversidade daqueles/as que em nome de uma determinada religião imprimem conceitos de bem-estar social atrelado ao funcionamento de políticas públicas, atacando direitos conquistados por grupos historicamente discriminados.
O crescimento do fundamentalismo religioso está se conformando em um projeto de poder obscurantista, de tendência fascista, que precisa ser combatido pelas forças progressistas e democráticas desse país. Um projeto de poder que estabelece a hierarquização humana: alguns podem amar, outros não; alguns podem ter direitos, outros não.
Esse projeto tem sido pautado por representantes religiosos e fundamentalistas no Congresso Nacional, em outras casas legislativas e em órgãos do executivo e do judiciário que não atuam de forma ética, desrespeitando a laicidade do Estado. O acesso desses grupos ao poder político é decorrência do aumento de seu poder econômico (alimentado por imunidades tributárias, recursos públicos e pela comercialização da fé) e do poder midiático, por meio de concessões públicas de rádio e TV.
A principal agenda desses grupos é reverter e impedir avanços dos direitos humanos das mulheres; de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis (LGBT); da população negra e de adeptos das religiões afro-brasileiras, assim como, têm buscado estabelecer políticas repressivas e higienistas no campo das drogas.
O MEEL também questiona os partidos e políticos tradicionais, que baseados em uma visão eleitoreira, de curto prazo, que visa à conquista e manutenção do poder, têm rifado, em troca de apoio, a agenda de garantia de direitos humanos de grupos e minorias para os fundamentalistas religiosos. Essas alianças têm impedido a discussão sobre homofobia e sexismo nas escolas e na sociedade; têm permitido o avanço de projetos de Lei, tal qual a criação da “bolsa estupro”; impedem abordagens de direitos humanos na política de DST e AIDS; dificultam a implementação do ensino de História africana e indígena nas escolas; pressionam pelo financiamento de comunidades terapêuticas religiosas para tratamento de viciados em crack, sem estrutura adequada e sem profissionalismo; estimulam discursos de ódio e intolerância contra a comunidade LGBT e profissionais do sexo.
Na falta de mediação dentro do sistema político-partidário, os grupos fundamentalistas e machistas vêm monopolizando o debate sobre esses temas no Legislativo, com discursos públicos racistas, homofóbicos e sexistas que seriam impensáveis no Brasil 10 anos atrás, gerando desinformação, contribuindo com o aumento dos crimes de ódio, com a discriminação, pavimentando um horizonte de retrocesso e intolerância.
Vivemos um momento de grande retrocesso e é preciso somar esforços e reagir. O MEEL conclama todas as organizações, movimentos sociais, cidadãos e cidadãs comprometidos em construir uma sociedade democrática e inclusiva, baseada nos direitos humanos, no combate ao racismo, machismo, homofobia e todas as formas de discriminação e intolerância; comprometidos com a justiça social, pluralidade, diversidade, sustentabilidade e felicidade; comprometidas com a liberdade e alteridade inerente a todo ser humano que venham construir o Movimento Estratégico pelo Estado Laico – MEEL.
Direitos Humanos e Laicidade Já!
Que as políticas públicas sejam pautadas pela Constituição Federal!
Que os agentes públicos ajam de acordo com a ética pública republicana e não religiosa!
Pela Liberdade de ser quem somos!
Brasília, 18 de junho de 2013
O Brasil vive hoje uma grande ameaça para a garantia de uma vida com dignidade e sem discriminação para todos/as os/as brasileiros/as, chamada fundamentalismo religioso. Após longo processo histórico que culminou em uma sociedade diversa e plural, vivemos um contexto de retrocesso e de obscurantismo que ameaça um princípio democrático estruturante de nossa Constituição Federal: a laicidade do Estado.
Buscando contribuir para garantir que as decisões sobre a legislação, políticas e serviços públicos sejam baseadas em evidências e não em crenças religiosas de qualquer natureza, o Movimento Estratégico pelo Estado Laico – MEEL foi criado para somar-se aos esforços nacionais em prol da garantia da laicidade do Estado brasileiro e dos direitos humanos.
O Brasil é um Estado Laico, no qual não há nenhuma religião oficial. Um Estado laico não é um Estado ateu, plurirreligioso ou intolerante às liberdades religiosas. Em um Estado laico, não há nem perseguição religiosa, nem favorecimento das religiões. É exatamente a laicidade do Estado que garante a liberdade religiosa e de crença de cada cidadão e cidadã. Em um Estado laico, os órgãos públicos devem ser neutros em matéria religiosa. Isso não significa que quem os integra não possa professar suas crenças individualmente ou com suas famílias e tampouco que sua liberdade de expressão possa ser cerceada. Significa apenas que sua atuação profissional não deve se pautar pelas suas crenças religiosas.
Assim, o objetivo do MEEL é defender o fim da crescente hegemonia religiosa que hoje tem fortemente influenciado a formulação e a execução das políticas públicas, assim como tem causado grandes retrocessos nas propostas do poder legislativo no Brasil. Há uma perversidade daqueles/as que em nome de uma determinada religião imprimem conceitos de bem-estar social atrelado ao funcionamento de políticas públicas, atacando direitos conquistados por grupos historicamente discriminados.
O crescimento do fundamentalismo religioso está se conformando em um projeto de poder obscurantista, de tendência fascista, que precisa ser combatido pelas forças progressistas e democráticas desse país. Um projeto de poder que estabelece a hierarquização humana: alguns podem amar, outros não; alguns podem ter direitos, outros não.
Esse projeto tem sido pautado por representantes religiosos e fundamentalistas no Congresso Nacional, em outras casas legislativas e em órgãos do executivo e do judiciário que não atuam de forma ética, desrespeitando a laicidade do Estado. O acesso desses grupos ao poder político é decorrência do aumento de seu poder econômico (alimentado por imunidades tributárias, recursos públicos e pela comercialização da fé) e do poder midiático, por meio de concessões públicas de rádio e TV.
A principal agenda desses grupos é reverter e impedir avanços dos direitos humanos das mulheres; de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis (LGBT); da população negra e de adeptos das religiões afro-brasileiras, assim como, têm buscado estabelecer políticas repressivas e higienistas no campo das drogas.
O MEEL também questiona os partidos e políticos tradicionais, que baseados em uma visão eleitoreira, de curto prazo, que visa à conquista e manutenção do poder, têm rifado, em troca de apoio, a agenda de garantia de direitos humanos de grupos e minorias para os fundamentalistas religiosos. Essas alianças têm impedido a discussão sobre homofobia e sexismo nas escolas e na sociedade; têm permitido o avanço de projetos de Lei, tal qual a criação da “bolsa estupro”; impedem abordagens de direitos humanos na política de DST e AIDS; dificultam a implementação do ensino de História africana e indígena nas escolas; pressionam pelo financiamento de comunidades terapêuticas religiosas para tratamento de viciados em crack, sem estrutura adequada e sem profissionalismo; estimulam discursos de ódio e intolerância contra a comunidade LGBT e profissionais do sexo.
Na falta de mediação dentro do sistema político-partidário, os grupos fundamentalistas e machistas vêm monopolizando o debate sobre esses temas no Legislativo, com discursos públicos racistas, homofóbicos e sexistas que seriam impensáveis no Brasil 10 anos atrás, gerando desinformação, contribuindo com o aumento dos crimes de ódio, com a discriminação, pavimentando um horizonte de retrocesso e intolerância.
Vivemos um momento de grande retrocesso e é preciso somar esforços e reagir. O MEEL conclama todas as organizações, movimentos sociais, cidadãos e cidadãs comprometidos em construir uma sociedade democrática e inclusiva, baseada nos direitos humanos, no combate ao racismo, machismo, homofobia e todas as formas de discriminação e intolerância; comprometidos com a justiça social, pluralidade, diversidade, sustentabilidade e felicidade; comprometidas com a liberdade e alteridade inerente a todo ser humano que venham construir o Movimento Estratégico pelo Estado Laico – MEEL.
Direitos Humanos e Laicidade Já!
Que as políticas públicas sejam pautadas pela Constituição Federal!
Que os agentes públicos ajam de acordo com a ética pública republicana e não religiosa!
Pela Liberdade de ser quem somos!
25.6.13
Jorge Reis-Sá: "A Vida Inteira"
A Vida Inteira
A vida inteira esperei por ti.
Mesmo que ainda não se tenha passado
a vida inteira.
REIS-SÁ, Jorge. "Força de coriolis". In:_____. Instituto de antropologia. Lisboa: Glaciar, 2013.
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Jorge Reis-Sá,
Poema
24.6.13
É assim que começa
Vários amigos me enviram a seguinte mensagem. Acho que essas propostas são um bom começo sim:
É assim que começa.
Lei de Reforma do Congresso de 2011 (emenda à Constituição)PEC de iniciativa popular: Lei de Reforma do Congresso (proposta de emenda à Constituição Federal)
1. O congressista será assalariado somente durante o mandato. Não haverá ‘aposentadoria por tempo de parlamentar’, mas contará o prazo de mandato exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente à sua profissão civil.
2. O Congresso (congressistas e funcionários) contribui para o INSS. Toda a contribuição (passada, presente e futura) para o fundo atual de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS imediatamente. Os senhores Congressistas participarão dos benefícios dentro do regime do INSS exatamente como todos outros brasileiros. O fundo de aposentadoria não pode ser usado para qualquer outra finalidade.
3. Os senhores congressistas e assessores devem pagar seus planos de aposentadoria, assim como todos os brasileiros.
4 Aos Congressistas fica vetado aumentar seus próprios salários e gratificações fora dos padrões do crescimento de salários da população em geral, no mesmo período.
5. O Congresso e seus agregados perdem seus atuais seguros de saúde pagos pelos contribuintes e passam a participar do mesmo sistema de saúde do povo brasileiro.
6. O Congresso deve igualmente cumprir todas as leis que impõe ao povo brasileiro, sem qualquer imunidade que não aquela referente à total liberdade de expressão quando na tribuna do Congresso.
7. Exercer um mandato no Congresso é uma honra, um privilégio e uma responsabilidade, não uma carreira. Parlamentares não devem servir em mais de duas legislaturas consecutivas.
8. É vetada a atividade de lobista ou de ‘consultor’ quando o objeto tiver qualquer laço com a causa pública.
“Se cada pessoa repassar esta mensagem para um mínimo de vinte pessoas, em três dias a maioria das pessoas no Brasil receberá esta mensagem. A hora para esta PEC - Proposta de Emenda Constitucional - é AGORA.
É ASSIM QUE VOCÊ PODE CONSERTAR O CONGRESSO.
Se você concorda com o exposto, REPASSE. Caso contrário, basta apagar e dormir sossegado.
Por favor, mantenha esta mensagem CIRCULANDO para que possamos ajudar a reformar o Brasil.
22.6.13
Juan Ramón Jiménez: "La memoria" / "A memória": trad. de Adriano Nunes
"A memória"
Que tristeza este passar
o caudal de cada dia
(voltas por cima e por baixo!),
pelo corredor da noite
(voltas por baixo e por cima!),
ao outro sol!
Quem soubesse
deixar o manto, contente,
dentro das mãos do passado;
não olhar mais pra o que foi;
entrar de frente e com gosto,
todo desnudo, na livre
alegria do presente!
La memoria
¡Qué tristeza este pasar
el caudal de cada día(¡vueltas arriba y abajo!),
por el puente de la noche
(¡vueltas abajo y arriba!),
¡al otro sol!
¡Quién supiera
dejar el manto, contento,en las manos del pasado;
no mirar más lo que fue;
entrar de frente y gustoso,
todo desnudo, en la libre
alegría del presente!
JIMÉNEZ, Juan Ramón. Unidad. Antología Poética. Prólogo y selección de Antonio Colinas. Madrid: Alianza Editorial, 2006.
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Poema
21.6.13
André Luiz Pinto: "sem título"
sem título
Sem sonho
e sem castigo
chora chora crocodilo
no sofá de madrugada.
Ontem não foi feliz.
O dia sangrava
contra o sol.
Provou que é só garganta.
E não há o que fazer
senão assistir
se está fora
de perigo
se
à promessa
de leite
e mel
vou beber
de canudinho.
Essa é a ausência
que guardo
nas mãos.
Essas são
as esporas.
Ninguém lhe trará rosas.
Você está
a um passo
do paraíso
e o melhor é dar as costas
ante o que há
de fogo
e combustão
a cada sentença
de manhã.
PINTO, André Luiz. terno novo. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2012.
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Poema
19.6.13
Fernando Pinto do Amaral: "Voz"
Voz
Nada sabes. Saberás cada vez menos
o que ainda procuras
outro corpo uma alma
suspensa no abismo ou nada disso
apenas uma luz
apenas uma voz ou simplesmente
palavras
à espera de outra voz que por acaso
seja de novo a tua.
AMARAL, Fernando Pinto do. Paliativos. Lisboa: Língua Morta, 2012
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Poema
9.6.13
Leila Míccolis: "Animais"
Animais
para o Whisky
Meu gato persa pensa que é gente:
passeia de carro
dorme na cama
come na mesa
assiste à noite televisão
e olha às vezes
como se eu fosse
o seu bichinho de estimação...
MÍCCOLIS, Leila. Desfamiliares. Poesia completa de Leila Míccolis - 1965 - 2012. São Paulo: Annablume, 2013.
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Poema
7.6.13
Mikhail Kuzmin: Canções alexandrinas / Trad. de Oleg Almeida
II AMOR
Quando nos encontramos pela primeira
vez, não recorda a pobre memória:
foi de manhã ou de dia,
de noite, de madrugada?
Lembro-me só das pálidas faces tuas,
dos olhos cinza debaixo das sobrancelhas escuras,
da gola azul no pescoço moreno;
então me parece que vi tudo isso quando criança,
embora seja mais velho que tu, muito mais velho.
KUZMIN, Mikhail. Canções alexandrinas. Trad. de Oleg Almeida. São Paulo: Arte Brasil Editora, 2011.
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Poema
5.6.13
Alberto da Costa e Silva: "Mais um poema de avô"
Mais um poema de avô
Para o Filipe
Se te disserem, "vê, a vida é breve",
ao falarem de mim, no meu descanso,
repara ao teu redor, vê como para
em cada cousa o tempo e se faz leve.
Vou sob o sol desta manhã de março,
e eis o musgo, e eis o risco que no muro
pôs no meu teu olhar limpo de enganos.
Ou pus no teu o meu, o antigo e puro.
Que não te deixe a distração da brisa
pensar que já não és este minuto.
Cada instante que fomos sempre somos
e canta, ainda que pareça mudo.
Costa e Silva, Alberto da. Poemas reunidos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
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Poema
2.6.13
Fernanda Montenegro declama "Guardar" em vídeo de Eduardo Menezes
No ano passado, fiquei muito orgulhoso quando a primeira dama do teatro, Fernanda Montenegro, declamou meu poema "Guardar", em belo vídeo dirigido por Eduardo Menezes. Eis o link para ele no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=w3GoeFdP_uU
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