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Para gozar Europa, em boi mudou-se
Jove, pelo desejo compelido,
E em mais formas bestiais, posta no olvio
A sua divindade, transformou-se.
Marte perdeu também aquele doce
Repouso a um Deus somente consentido.
Por seu muito trepar foi bem punido,
Qual rato que na rede embaraçou-se.
Este que ora mirais, em contradita,
Podendo, sem perigo, a vida interia
Trepar, a cu nem cona se habilita.
Por isso, que é sem dúvida uma asneira
Inaudita, solene, verdadeira,
Nunca mais neste mundo se repita.
Insossa brincadeira!
Pois não sabes, meu puto, que é malsão
Fazer boceta e cu da própria mão?
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Per Europa godere in bue cangiossi
Giove, che di chiavarla avea desio,
E la sua deità posta in obblio,
In più bestiali forme trasformossi.
Marte ancor cui perdè li suoi ripossi
Che potea ben goder perchè era Dio
E di tanto chiavar pagonne il fio,
Mentre qual topo in rete pur restossi.
All'incontro costui, che qui mirate,
Che pur senza pericolo potria
Chiavar, non cura potta nè cullate.
Questa per certo è pur coglioneria
Tra le maggiori e più solennizzate
E che commessa mai al mondo sia.
Povera mercanzia!
Non lo sai tu, coglion, ch'è un gran marmotta
Colui che di sua man fa culo e potta.
ARETINO, Pietro. "Soneto 3". In: Sonetos luxuriosos. Trad. de José Paulo Paes. Rio de Janeiro: Record, 1981.