Silêncio
Conheço uma cidade
que cada dia se enche de sol
e tudo é arrebatado nessa hora
Dela parti uma tarde
No coração perdurava o limar
das cigarras
Do navio
laqueado de branco
vi
minha cidade sumir
deixando
por um instante
no ar toldado um abraço de luzes
suspensas
Silenzio
Conosco una città
che ogni giorno s’empie di sole
e tutto è rapito in quel momento
Me ne sono andato una sera
Nel cuore durava il limio
delle cicale
Dal bastimento
verniciato di bianco
ho visto
la mia città sparire
lasciando
un poco
un abbraccio di lumi nell’aria torbida
sospesi.
UNGARETTI, Giuseppe. "Silenzio" / "Silêncio". In:_____. "Il porto sepolto" / "O porto sepulto". In: Poemas. Org. e trad. por Geraldo Holanda Cavalcanti. São Paulo: Edusp, 2017.
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