13.2.11
Catulo: "vivamus, mea lesbia, atque amemus": trad. por Haroldo de Campos
vivamus, mea lesbia, atque amemus
Vivamos minha Lésbia, e amemos,
e as graves vozes velhas
- todas -
valham para nós menos que um vintém.
Os sóis podem morrer e renascer:
quando se apaga nosso fogo breve
dormimos uma noite infinita.
Dá-me pois mil beijos, e mais cem,
e mil, e cem, e mil, e mil e cem.
Quando somarmos muitas vezes mil
misturaremos tudo até perder a conta:
que a inveja não ponha o olho de agouro
no assombro de uma tal soma de beijos.
vivamus, mea lesbia, atque amemus
vivamus, mea lesbia, atque amemus,
rumoresque senum severiorum
omnes unius aestimemus assis.
soles occidere et redire possunt:
nobis, cum semel occidit brevis lux,
nox est perpetua una dormienda.
da mi basia mille, deinde centum,
dein mille altera, dein secunda centum,
deinde usque altera mille, deinde centum.
dein, cum milia multa fecerimus,
conturbabimus illa, ne sciamus,
aut nequis malus invidere possit,
cum tantum sciat esse basiorum.
CATULLUS, Gaius Valerius. Select poems of Catullus. Edited by Francis P. Simpson. London: Macmillan, 1948.
CAMPOS, Haroldo de. "catuliana". In: Crisantempo: no espaço curvo nasce um. São Paulo: Perspectiva, 2004.
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6 comentários:
Folia
Quem sabe ou saberá
Das cores da primavera
Do céu pintado com maestria
Todo dia pelo sol
O dia começa
Com as folhas nos quintais
Brindando as flores e seus ais
Folia, alegria
As belas e a mais que bela
Entre todos os mortais.
Quantos beijos!
Quando a língua age, desdobramos mil possiblidades de versos...
Beijos e gracias por este belo poema.
Carmen.
Lindo este poema, Cícero. Seu blog, quanto mais poético, mais impressiona e marca presença. Parabéns, poeta amigo, irmão.
Obrigado, Léo.
A apreciação de um poeta como você é importante para mim.
Uma crítica, por favor, desse poema de Catulo, traduzido por Haroldo de Campos. Urgente, se possível.
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