O seguinte artigo foi publicado na minha coluna da Ilustrada, da Folha de São Paulo, sábado, 22 de março:
O moderno e o pré-moderno
QUALQUER HOMEM moderno, medianamente culto, e que viva numa sociedade aberta, consideraria intolerável que lhe fosse negada a perspectiva de ascensão social, de viajar, de se mudar ou de mudar de profissão.
Naturalmente, o fato de que o homem moderno não possa admitir tal imobilidade não significa que ele seja mais feliz -no sentido de mais contente- do que o homem pré-moderno. Ao contrário: quando nem a possibilidade de mudança, nem o suicídio são concebíveis, não há alternativa senão contentar-se com o que se é e o que se tem.
Para o homem que nasceu em determinada casta, não existe a possibilidade, nem em pensamento, de mudar para outra. A casta em que nasceu faz parte do seu ser tanto quanto a família à qual pertence ou o seu próprio corpo; e é desse modo também que ele pertence à religião em que nasceu. Sua vida possui, portanto, uma estabilidade social impensável para o homem moderno. Logo, tal homem é contente, no sentido de ser livre da frustração de querer ser, ter ou saber mais do que aquilo que supõe convir a quem nasceu em sua casta.
Já o homem moderno, faustiano, não conhece limites pré-estabelecidos. Em princípio, tudo lhe é possível. E não é apenas de maneira abstrata que ele pressente as infinitas possibilidades de transformação da sua vida, mas elas lhe são mostradas constante e concretamente através do cinema, da televisão, da internet, da cidade, das vitrines, do teatro, dos jornais e revistas, dos livros etc.
Ora, sendo infinitas as suas possibilidades e finita a sua realidade, o homem moderno não pode deixar de conhecer intimamente a frustração, ao passo que mal conhece a segurança da estabilidade social ou a felicidade do contentamento.
Isso não significa necessariamente que ele inveje o homem pré-moderno. O Fernando Pessoa de "Mensagem", por exemplo, afirma a superioridade do seu espírito moderno nas palavras: "Triste de quem é feliz! / Vive porque a vida dura. / Nada na alma lhe diz / Mais que a lição da raiz / Ter por vida a sepultura".
Mas nem todos pensam assim e, para muitos dos nossos contemporâneos, são sobretudo a instabilidade e as múltiplas frustrações que pesam. De qualquer maneira, serão essas, sem dúvida, as razões pelas quais é tão forte, no mundo moderno, a nostalgia pela comunidade tradicional. As religiões prometem não só felicidade e contentamento no outro mundo, mas a estabilidade de uma solidariedade comunitária aos que renegam a sociedade moderna, tida por caótica, atéia, infernal. O fascismo e o nazismo se alimentaram em grande parte do anseio por condições de vida mais estáveis, comunitárias.
Friedrich Engels que, como Karl Marx, aplaudia a destruição pelo capitalismo das comunidades tradicionais, mas sonhava com uma espécie de síntese futura entre a sociedade e a comunidade, queixa-se, em "A Condição da Classe Trabalhadora na Inglaterra", de que, em Londres, "a multidão das ruas já tem, por si só, algo de repugnante. [...] Essas pessoas se cruzam correndo, como se nada tivessem em comum, nada a fazer juntas. [...] Essa indiferença brutal, esse isolamento insensível de cada indivíduo no seio dos seus interesses particulares são tanto mais repugnantes e ferinos quanto maior é o número de indivíduos confinados num espaço reduzido."
Mas nem sempre é tão negativamente que o homem contemporâneo se relaciona com a grande cidade. Charles Baudelaire, por exemplo (cuja relação com a grande cidade era bastante ambígua), diz que "estar fora de casa e no entanto se sentir em toda parte em casa: ver o mundo, estar no centro do mundo e continuar escondido do mundo, tais são alguns dos prazeres menores desses espíritos independentes, apaixonados, imparciais, que a linguagem só inadequadamente consegue definir".
Felizmente o homem moderno é também capaz de se dar conta de que, mesmo se a realidade é finita, ela nunca está definida de uma vez por todas e jamais deixa de ser, de algum modo, surpreendente; e ao viajar, através da arte, do pensamento, do conhecimento, da imaginação -e das ruas, dos espaços, dos mares, dos céus- ele é capaz de conhecer incontáveis possibilidades que enriquecem a sua vida finita, tornando-a virtualmente infinita.
Proust, por exemplo, dizia que um belo rosto que passou "é como o encanto de um novo país que se nos foi revelado por um livro. Lemos seu nome, o trem vai partir. Que importa se não partimos, sabemos que existe, temos uma razão a mais para viver".
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12 comentários:
Caro ACicero,
Os exemplos que você dá como alternativa moderna à comunidade pré-moderna [Baudelaire e Proust] me parecem pálidos, melancólicos demais.
O contentamento do homem pré-moderno não era de ordem meramente psicológica, mas ontológica: o homem se sabia como membro de um todo -- um autêntico microcosmo.
Para nós, modernos, restou, no lugar do cosmo, o espaço secularizado de Newton, ou, no dizer de Scheler, o vazio do coração.
Não proponho a reação nem a conservação, mas a tradição viva. Tradição, como disse alguém, não pode ser a adoração das cinzas, mas o manter acesa a chama.
O homem moderno continua sendo homem, e se não pode mais viver numa comunidade "tradicionada", ele terá de recriá-la.
Abraço,
edg
Caro Edson Gil,
O homem pré-moderno não se “sabe” membro de um todo: ele se pretende membro de um todo que jamais existiu, pois o infinito não pode ter a unidade de uma totalidade. É porque precisa se encarcerar na sua cela particular, na prisão da sua cultura particular, que cada homem pré-moderno é obrigado a encarcerar essa mesma cultura num todo fictício e pretensamente natural e/ou sobrenatural. Desse modo, tendo os olhos vendados para o caráter inteiramente acidental, contingente, particular, transitório, precário – e, portanto, passível de transformação – da sua cultura e do seu saber, ele não é capaz de dispor daquilo que é o mais precioso para o ser humano plenamente consciente de si, que é a liberdade da razão crítica.
Não pode haver volta do universo aberto para o cosmo fechado. Foi exatamente a nostalgia romanticamente regressiva da prisão do cosmo fechado que fez de Scheler o teórico da “metafísica da guerra”, em que os homens deixam de ser “indivíduos isolados”.
Abraço,
Antonio Cicero
Caro ACicero,
O homem pré-moderno se sabia um membro de um cosmo fechado tanto quanto o moderno se sabe um indivíduo lançado num universo infinito: em ambos os casos, trata-se de uma crença baseada em pressupostos metafísicos.
A infinitude espaciotemporal é apenas relativa, pois espaço e tempo constituem eles mesmos determinações. Logo se trata de um mau infinito; por assim dizer, de um infinito contingente. Mas é só esse "infinito finito" que o homem moderno "conhece".
Desse ponto de vista, não há portanto diferença substancial entre o homem moderno e o pré-moderno.
Como disse, não proponho um retorno e/ou uma utopia. Citei Scheler, mas nem por isso sou partidário de seu cripto-romantismo.
Para mim o que está em questão é o sentido da vida. O sentido não pode ser finito e contingente em si mesmo. Ele tem de ser apreendido e realizado na finitude e na contingência. Assim como o belo artístico.
O que é completamente diferente.
Abraço,
edg
...minhas visitas são constantes.
os artigos merecem leitura cuidadosa.
cresce a admiração pelo pensador antonio.
grande abraço!
Caro Antonio,
Particularmente, acho fascinante o leque quase infinito de possibilidades que o mundo moderno nos abre. Há claro, uma angústia real - e, mais importante, uma angústia nova - por termos tantas possibilidades, mas limitações de espaço e tempo que torna impossível a realização de todas elas.
Não me parece, contudo, que essa condição seja intrinsecamente menos "contente" que a pré-moderna. Somos obrigados a conviver com a realidade de nossa finitude ante a infinade das possibilidades, mas, uma vez conformados, podemos viver com a mesma "paz de espírito" que nossos antepassados.
E podemos ainda nos sentir, de certa forma, como "parte de um todo". É muito confortante pensar que haverá bilhões de outras pessoas fazendo coisas que eu não pude fazer, mesmo depois da minha morte.
Sinto-me bastante confortável com minha situação de pessoa moderna. Acredito que você também, e muitos outros. A condição moderna parece menos "tranquila" quando, na verdade, tentamos aplicar sistemas de valores antigos a uma situação nova.
um abraço,
lucas
Com 43 anos de idade, boa situação financeira e, para usar seus termos, medianamente culto, conheço uma dúzia de pessoas na mesma situação que a minha e que toma regularmente anti-depressivos (eu inclusive!). Claro que isso é apenas um exemplo, uma simplificação do que você escreveu. Mesmo assim, não sei por que razão, parece-me que vale a pena ser um “homem moderno”
Abraço
Harry Amorim
Caro Edson Gil,
Eis as suas observações, seguidas das minhas respostas:
Edson: O homem pré-moderno se sabia um membro de um cosmo fechado tanto quanto o moderno se sabe um indivíduo lançado num universo infinito: em ambos os casos, trata-se de uma crença baseada em pressupostos metafísicos.
AC: Um cosmo fechado é um cosmo definido, finito, determinado, particular. Cada cultura pré-moderna define de um modo o seu cosmo fechado. Os tupinambás, por exemplo, definiam o seu cosmo fechado de um modo; os egípcios, de outro. Cada uma dessas cosmologias é, portanto, solidária da cultura a que pertence. Uma observação: na medida em que as pólis gregas democráticas eram sociedades abertas, seus cidadãos eram modernos.
Ora, o reconhecimento de que o universo é aberto e infinito, feito pelo homem moderno, não consiste numa outra cosmologia. Neste ponto, não estou me referindo às teorias científicas modernas, mas, como você mesmo diz, aos seus pressupostos metafísicos. O infinito aqui não é apenas, nem é em primeiro lugar, o infinito espaço-temporal. O reconhecimento de que o universo é aberto e infinito representa o reconhecimento de que nenhuma cosmologia fechada, finita, particular pode deixar de ser acidental, contingente, transitória, precária, relativa: relativa à cultura particular a que pertence. Não se trata, portanto, da afirmação de uma outra cosmologia positiva, mas da negação da possibilidade da afirmação racional de qualquer cosmologia metafísica. Isso, naturalmente, longe de fechar a possibilidade de cosmologias científicas, abre espaço para elas: mas estas são, em ultimíssima análise, hipotéticas (vide o meu artigo “O falibilismo versus o relativismo”, aqui postado em 13/01/2008).
Edson: A infinitude espaciotemporal é apenas relativa, pois espaço e tempo constituem eles mesmos determinações. Logo se trata de um mau infinito; por assim dizer, de um infinito contingente. Mas é só esse "infinito finito" que o homem moderno "conhece". Desse ponto de vista, não há portanto diferença substancial entre o homem moderno e o pré-moderno.
AC: Como eu disse acima, não se trata, para o homem moderno, apenas – nem se trata em primeiro lugar – da infinitude espaço-temporal. O infinito inclui, além do presente, o passado e o futuro; além do real, o possível. De todo modo, a diferença entre o que você chama de “infinito finito” do homem moderno e o finito do homem pré-moderno é tão grande quanto a diferença entre este e aquele, ou seja: é, ela mesma, infinita. Se o homem moderno só conhecesse o “mau infinito”, não se poderia dizer que o homem pré-moderno conhecia o “bom infinito”, uma vez que o sentido mais profundo da discutível crítica do “mau infinito” em Hegel é a afirmação da imanência – ou, o que dá no mesmo, a negação da transcendência – do infinito, coisa que nada tem a ver com o homem pré-moderno.
Como disse, não proponho um retorno e/ou uma utopia. Citei Scheler, mas nem por isso sou partidário de seu cripto-romantismo.
Para mim o que está em questão é o sentido da vida. O sentido não pode ser finito e contingente em si mesmo. Ele tem de ser apreendido e realizado na finitude e na contingência. Assim como o belo artístico.
O que é completamente diferente.
AC: Não penso que o sentido da vida seja o mesmo, ou que deva ser o mesmo, para todos os homens. Cada um de nós encontra ou produz um sentido diferente para a sua vida: e é melhor assim.
Caro ACicero,
Você diz que "o reconhecimento de que o universo é aberto e infinito, feito pelo homem moderno, não consiste numa outra cosmologia" e que, nesse ponto, não está se "referindo às teorias científicas modernas, mas [...] aos seus pressupostos metafísicos". Nesse caso me resta perguntar: quem, afinal, é moderno para você? Se é como diz, não me parece que a maioria dos contemporâneos, nem mesmo dos ocidentais, seja moderna.
Quando falei em "mau infinito" não pensei em Hegel. Apenas me referi ao infinito espaciotemporal, que, segundo penso, é, além do matemático, o conceito de infinito mais geralmente aceito pelos contemporâneos cultos. Mas esses conceitos não representam, a meu ver, nenhum avanço significativo relativamente aos pré-modernos.
É claro que a "distância" entre o finito e o infinito é ela mesma infinita. Mas isso apenas corrobora o que eu disse. Diante do infinito absoluto, tanto uma pulga quanto o universo inteiro --que é relativamente infinito-- são insignificantes [embora os matemáticos falem de conjuntos infinitos maiores e menores...].
Voltando a Hegel, discordo de você acerca da modernidade do conceito de infinito imanente: não há idéia mais cristã do que essa!
Abraço,
edg
Caro Edson Gil,
Justamente você, com sua cultura filosófica, não deveria me fazer tal pergunta, pois sabe perfeitamente que não é necessário que se tenha estudado filosofia para refletir, em atitudes, ações e pensamentos não- filosóficos, os pressupostos metafísicos de uma época. Tanto assim que você mesmo fala desses pressupostos (que, como você sem dúvida sabe, normalmente não são afirmados conscientemente), no seu comentário anterior. Mas dou a palavra ao Heidegger de “Die Zeit des Weltbildes”, com o qual, nesse ponto, concordo inteiramente. Como você lê em alemão, cito-o no original, mas, em seguida, traduzo os textos citados para o leitor que não conheça essa língua:
“In der Metaphysik vollzieht sich die Besinnung auf das Wesen des Seienden und eine Entscheidung über das Wesen der Wahrheit. Die Metaphysik begründet ein Zeitalter, indem sie ihm durch eine bestimmte Auslegung des Seienden und durch eine bestimmte Auffassung der Wahrheit den Grund seiner Wesensgestalt gibt. Dieser Grund durchherrscht alle Erscheinungen, die das Zeitalter auszeichnen.”
“Na metafísica cumpre-se uma consideração da essência do ente e uma decisão sobre a essência da verdade. A metafísica fundamenta uma época na medida em que lhe dá o fundamento da sua configuração essencial através de uma determinada interpretação do ente e através de uma determinada concepção da verdade. Esse fundamento domina inteiramente todos os fenômenos que caracterizam a época.”
E o que faz a metafísica moderna? De novo cito Heidegger:
"Erstmals wird das Seiende als Gegenständlichkeit des Vorstellens und die Wahrheit als Gewißheit des Vorstellens in der Metaphysik des Descartes bestimmt. Der Titel seines Hauptwerkes lautet: „Meditationes de prima philosophia", Betrachtungen über die erste Philosophie. Prw/th filosofi/a ist die von Aristoteles geprägte Bezeichnung für das, was später Metaphysik genannt wird. Die gesamte neuzeitliche Metaphysik, Nietzsche miteingeschlossen, hält sich in der von Descartes angebahnten Auslegung des Seienden und der Wahrheit.”
“Pela primeria vez o ente é determinado como objetividade da representação e a verdade da certeza na metafísica de Descartes. O título da sua obra principal é: ‘Meditationes de prima philosophia’, Meditações sobre a primeira filosofia. Prote philosophia é a designação de Aristóteles para aquilo que mais tarde chamou-se metafísica. A metafísica moderna inteira, inclusive Nietzsche, mantém-se na interpretação do ente e da verdade desenvolvida por Descartes.”
Heidegger tem razão quanto a isso.
Entretanto, é preciso também dizer uma verdade que Heidegger não foi capaz de encarar: a metafísica moderna, aberta por Descartes, não é apenas mais uma metafísica. Quando purificada das limitações históricas que tolhiam o pensamento do próprio Descartes, ela se reduz ao reconhecimento, exigido pela razão crítica, do caráter negativo do absoluto. E é isso que constitui a modernidade e se manifesta mesmo onde não se suspeita a presença de nenhuma filosofia. Mas este não é o lugar para falar desse assunto que, como você sabe, desenvolvo em “O mundo desde o fim”.
Quanto a Hegel, a verdade é que a sua relação com o cristianismo pode ser interpretada de muitos modos diferentes. Aparentemente, ele exaltava o Cristianismo, mas eu – como, de modo geral, a ortodoxia católica – tendo a achar que as interpretações que ele deu dos evangelhos são abusivas: que ele usa indevidamente o que neles lhe convém para afirmar a sua concepção de mundo inteiramente imanente, logo, essencialmente anti-cristã. Mas reconheço que você pode interpretá-lo de outro modo. O problema da dialética é justamente que, optando por incluir tudo, recusando-se a excluir qualquer coisa, acaba por não afirmar quase nada de modo decisivo.
Abraço,
Antonio Cicero
Cicero, concordo com tua visao sobre a incompleta nocao do homem pre-moderno de sua plenitude. Certamente era incerto e impreciso, tal como mostra Peter Gay em The Naked Heart.
Teus artigos me fazem lembrar de muitas de minhas leituras marxistas - que ja as havia deixado guardadas. Mas certamente lembro-me de uma das contradicoes basicas apontadas por Marx entre a dialetica entre liberdade e necessidade - que voce toca de passagem em teu artigo.
Vivemos, ao menos eu vivo, nesse dilema constante sobre o que exatamente determina a liberdade sem ferir a necessidade.
Abraco, Francisco
Pois bem, meu caro Cicero, estou eu lendo "A Cidade e os Livros" e me surpreendo com esta coluna. De repente, percebi como os poemas do livro estão estreitamente ligados aos teus ensaios. Muito interessante.
Grande abraço,
Héber Sales.
Caro ACicero,
Estou sem tempo para participar do debate. Apenas duas observações.
Não me referi ao sistema do próprio Hegel, mas apenas à tese defendida também por ele de um infinito imanente. Trata-se sem dúvida de uma tese cristã, uma vez que, para o cristianismo, o próprio Deus se fez homem, e, como diz o Evangelho, também está dentro de nós. O fato de Deus, tendo se tornado imanente, não perder a sua transcendência não invalida a tese em questão.
A segunda observação se refere a outro aspecto do mesmo problema: o incondicionado pode aparecer para o puro conceito como uma negatividade vazia -- a sua apócrise radical --, mas disso não se segue que ele não tenha também uma função positiva -- aquilo que Fichte chama de Luz.
Abraço,
edg
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