Uma prosa súbita
Se não for para arder,
ser rosa no inverno de que serve?
Eugénio de Andrade
Uma prosa súbita
para a rosa de neve:
às vezes é só um verso
onde a voz de Andrade ferve.
E perdura, apesar do inverno
armado na paisagem:
o que há pouco era flor
virou arte,
rosa em riste na beira do abismo
contra
o silêncio azul da tarde.
SECCHIN, Antonio Carlos. "Uma prosa súbita". In: REIS-SÁ, Jorge. Creio que foi o sorriso. Uma antologia. Porto: A casa dos ceifeiros, 2020.
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