1.1.19

M.D. Magno: "The sun of a beach"



The sun of a beach

Purgando os recalcantes batistérios,
pudesse a inteligência mais arguta,
frente ao grave prestígio do “mistério”,
se outorgar claridade absoluta.

Só há o Haver (e não-Haver não há)
sem mínimo “mistério” que o garanta
– só isto tentariam concertar
as demandas daquele que se espanta...

Contudo, nada vale, mesmo o Nada
da radical Indiferença posta,
em caução de conforto à nossa estada.

Nenhum Bem, nenhum Mal, nos salvarão;
nem os ouros da vida, nem a bosta.
O jeito é dizer Sim – mesmo se Não.




MAGNO, M.D. “The sun of a beach”. In:_____. “S’obras (1982-1999)”. In:_____. Literadura. Rio de Janeiro: Novamente, 2018.

2 comentários:

Ulisses de Carvalho disse...

"Nenhum Bem, nenhum Mal, nos salvarão;
nem os ouros da vida, nem a bosta.
O jeito é dizer Sim – mesmo se Não."

gostei! que o Universo seja generoso contigo neste ano, Antonio, que seja para ti um bom ano (apesar do Boçalnaro!). abraço.

Antonio Cicero disse...

Obrigado, Ulisses!

Que para você também seja um bom ano, apesar de tudo...

Abraço