18.1.19

Antonio Cicero: "Oráculo"




Oráculo


Vai e diz ao rei:

Cai a casa magnífica,

O santuário de Apolo;

Fenece o louro sagrado;

A voz da vidente emudece;

As fontes murmurantes se calam para sempre.



Diz adeus adeus.

Tudo erra, tanto

A terra vagabunda quanto

Tu, planetário.

Criança e rei,

Delira e ri:

Meu sepulcro não será tua masmorra.

Alimenta teu espírito também com meu cadáver,

Pisa sobre estas esplêndidas ruínas e,

Se não há caminhos,

Voa.

Voa ri delira

Nessa viagem sem retorno ou fim.







CICERO, Antonio. "Oráculo". In:_____. Guardar. Rio de Janeiro: Record, 1997.

Um comentário:

bea disse...

"Voa ri delira", só pode ser caminho. Grande coisa é o sonho.