História
A história, que vem a ser?
mera
lembrança esgarçada
algo
entre ser e não-ser:
noite
névoa nuvem nada.
Entre
as palavras que a gravam
e
os desacertos dos homens
tudo
o que há no mundo some:
Babilônia
Tebas Acra.
Que
o mais impecável verso
breve
afunda feito o resto
(embora
mais lentamente
que
o bronze, porque mais leve)
sabe
o poeta e não o ignora
ao
querê-lo eterno agora.
CICERO, Antonio. "História". In:_____. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002.
5 comentários:
Cicero,
grato por compartilhar esse belíssimo poema!
Abraço forte,
adriano Nunes
Obrigado, Douglas! Parabéns pelo se blog também.
Abraço
Arsenio Meira Junior,
Belo poema, Cicero. Já o conhecia. Mas o legal é reler, e reler.
Narciso só aqui e agora, depois apenas o nihil...
Para o blog, envio este poema que dialoga com o seu, igualmente belo e comovente.
Com o abraço do Arsenio
A Ricardo Reis, no Mar da Galiléia
Só dizem os deuses o que logo esquecem,
mas o jogo do céu é amplo e reto,
e cada lance é um coração aberto:
nele não dorme o que se fez desperto,
o eterno é agora e em si mesmo morre,
nunca houve rumo e todo sempre é incerto.
— Não creio, e rezo.
Alberto da Costa e Silva
(In "Coleção Melhores Poemas de Alberto da Costa e Silva", Editora Global, 2007, Rio de Janeiro.)
Certeiro, Cícero, certeiro, velho arqueiro das palavras, sempre com flechas novas estalando sob a língua. Parabéns, poeta!!!
Obrigado, Arsenio!
Adorei também o poema do Alberto da Costa e Silva.
Abraço
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