9.10.16

Paul Éluard: "Anneau de paix" / "Anel de paz": trad. Maria Gabriela Llansol




Anneau de paix

J'ai passé les portes du froid
Les portes de mon amertume
Pour venir embrasser tes lèvres

Ville réduite à notre chambre
Où l'absurde marée du mal
Laisse une écume rassurante

Anneau de paix je n'ai que toi
Tu me réapprends ce que c'est
Qu'un être humain quand je renonce

A savoir si j'ai des semblables.



Anel de paz

Passei as portas do frio
Pelas portas da minha amargura
Para vir beijar teus lábios

Cidade reduzida ao nosso quarto
Onde a absurda maré do mal
Deixa uma espuma tranquilizante

Anel de paz só te tenho a ti
Ensinas-me e volto a saber
O que é um ser humano e a desistir

De saber se tenho semelhantes.




ÉLUARD, Paul. "Anneau de paix" / "Anel de paz". Trad. por Maria Gabriela Llansol. In:_____. Últimos poemas de amor. / Derniers poèmes d'amour. Lisboa: Relógio d'Água, 2002



2 comentários:

Anônimo disse...

"Laisse une écume rassurante", que frase preciosa!

romulus24 disse...

Os últimos versos da tradução não foram bem rendidos. Não é esse o sentido dos versos.

E me reensinas o que é
ser humano quando desisto
de saber se tenho semelhantes.