9.9.14
Francisco Alvim: "Espelho"
Espelho
Meu deus como é triste
Olhar a noite nos olhos
O som da treva ecoa
no brejo mais fundo
Lembrar a montanha
a tarde cheia de sinos
a menina — névoa no azul
o menino
Uma luz
que afastasse este breu
para além da estrela remota
Olho e vejo um furo
no escuro — um lago?
Aviões partem
Para que deserto?
ALVIM, Francisco. Poemas [1968-2000]. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
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Francisco Alvim,
Poema
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Um comentário:
Muito bom! A última estrofe me lembrou o céu de Aristóteles!
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