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A morte é uma flor que palpita
no branco da noite, um rosto antepassado
que não posso ver, um rictus terribilis
que me fascina e cega. Uma flor
distraída, pensam uns,
mas há outros que sentem o brilho
da sua navalha. Abre quando quer
o seu olho de Medusa. É
uma deusa. Acolho-me à sua sombra.
Peço ao poema que me ajude
a encontrar um sentido neste segredo
que todos bebemos
e não se esgota.
BRITO, Casimiro de. Arte de bem morrer. Lisboa: Roma Editora, 2007.
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