Eu te amo tanto
Eu te amo tanto que não pode o peito
conter dentro de si amor tão vasto.
E te amo há tanto que do amor me basto,
sem fêmea alguma que arda no meu leito
ou lembrança que ali sirva de pasto
às larvas de um desejo satisfeito
e que, farto de si, seja perfeito,
como perfeito é o vértice onde o engasto.
Eu te amo desde aquele agudo instante
em que tudo se faz irreal e eterno,
pouco importa se o céu ou o duro inferno,
posto que um nunca do outro está distante.
E assim é porque a mim tocou-me a sina
deste amor que me cega e me ilumina.
JUNQUEIRA, Ivan. O outro lado. Rio de Janeiro: Record, 2007.
Um comentário:
Cicero,
que poema lindo! Salve! Grato por compartilhá-lo!
Abraço forte,
Adriano Nunes
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