Matizes
Matizes de luz, seu cheiro. O varal, a camisa opaca, um rompimento. A escada, você já atravessa o caminho branco. Depois do recuo, começando a ler os tons — cinza físico sobre o compromentimento da claridade. Assim se esvai o vento, a não ser quando volta, enquanto passo perto do córrego. Não lembra a ponte Mirabeau. Não lembra Apollinaire. Adiantado, um segundo volta como quem circula pela quadra, antes da entrada. O relógio, perto da parede, fazendo companhia aos ladrilhos em tom azulado. Pode-se apanhar a corrente de luz, mas não plantá-la. As lâmpadas, sementes. Adiantam-se os minutos, afogados perto do rio, assim que pequenos espaços em branco observam, segundo a trilha de regresso.
DICK, André. Calendário. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2010.
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