ΙNDAGA[DOR]
 
 
 
O poeta é um ser humano,
que paga tributos e preços venais,
vive em sociedade,
precisa comer e beber,
revolta-se com o alto custo das coisas.
 
Ama e odeia.
 
Despreza o comezinho e o ritual visível.
Estima o invisível e, sobretudo, o invulgar.
Tem fé e esperança. Conhece a burocracia
e as ruínas do alumbramento.
 
Pensa que a sua terra é um ninho místico.
 
Às vezes é incoerente, outras vezes lúcido.
 
Vota, participa da comunhão política
e sabe das limitações.
Investe no conhecimento
com medo do precário.
 
A Poesia é uma Oração
e o poeta,
um Santo!
 
Faz milagres,
ajuda o seu povo
disperso e surdo
a passar
sobre o mar diáfano da vida,
 
Inventor de uma desordem,
andadeiro do mágico estranhamento,
com a aurora luzida no tempo e nos símbolos,
 
ser poeta
 
é ter imaginações e janeiros aturdidos na alma...
 
A Poesia é uma dor!
O signo misterioso do alumiamento...
 
O poeta é o indagador
desse mal desvelado.
Mendes Sousa, Diego: "INDAGA[DOR]"
 
 
 
 
 
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