Ave doída
O poeta
é aquele
ser risível
que opera,
pesa, sente,
sangra
e galopa
insano.
Dói
o espanto
e se
descoisificam
os nomes.
Como dói o espanto?
Como dói o espanto!
Como dói o espanto.
O poeta dói-dói
é essa ave doída
ridícula e ferida
que sonda
o abismo
o tempo
a vida
as ruínas
e voa
só voa só voa
só voa
SOUSA, Diego Mendes. AVE DOÍDA
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