Éloges – II
J’ai aimé un cheval – qui était-ce ? – il m’a bien regardé de face, sous mes mèches.
Les trous vivants de ses narines étaient deux choses belles à voir – avec ce trou vivant qui gonfle au-dessus de chaque œil.
Quand il avait couru, il suait : c’est briller ! – et j’ai pressé des lunes à ses flancs sous mes genoux d’enfant…
J’ai aimé un cheval – qui était-ce ? – et parfois (car une bête sait mieux quelles forces nous vantent)
il levait à ses dieux une tête d’airain : soufflante, sillonnée d’un pétiole de veines.
Elogios – II
Amei um cavalo – quem era? – olhou-me bem cara a cara, por entre suas madeixas.
Os buracos vivos das narinas eram duas coisas belas de ver – com esse buraco vivo que se dilata por cima de cada olho.
Quando corria, suava: isso é brilhar ! – e espremi luas em seus flancos sob meus
joelhos de criança ...
Amei um cavalo – quem era ? – e às vêzes (pois um animal sabe melhor que fôrças nos exaltam)
ele erguia a seus deuses uma cabeça de bronze: resfolegante, sulcada por um pecíolo de veias.
PERSE, Saint-John. "Éloges - II" / "Elogios - II". In: _____. Poemas. Trad. de Bruno Palma. Rio de Janeiro: Grifo, 1971.
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