29.8.16

Luis Cernuda: "Juventud"




Juventud

¿Es más bella la hoja
Verde, que su deseo?
¿Luz estival de oro
O nimbo de embeleso?

Mejor que la palabra,
El silencio en que duerme.
No la pasión: el sueño
Adonde está latente.

Al ser irreductible,
La nube primitiva
Prefiere; las futuras
Criaturas divinas.

Esa indecisa gracia
Tan pura de la fuente,
No el mar; y esa sonrisa
Que el amor antecede.

No el arco triunfante
De meta conseguida:
La inicial misteriosa
Y eterna de la vida.




Juventude

É mais bela a folha
Verde, que seu desejo?
Luz estival de ouro
Ou nimbo de encantamento?

Melhor que a palavra,
O silêncio em que dorme.
Não a paixão: o sonho
No qual está latente.

Ao ser irredutível,
A nuvem primitiva
Prefere; as futuras
Criaturas divinas.

Essa indecisa graça
Tão pura da fonte,
Não o mar; e esse sorriso
Que ao amor antecede.

Não o arco triunfante
De meta conseguida:
A inicial misteriosa
E eterna da vida.




CERNUDA, Luis. "Juventud". In:_____. "Como quien espera el alba". In:_____. Poesía completa. Madrid: Siruela, 1994.












2 comentários:

Nobile José disse...

quase cordel

nesse dia triste fico
feliz em ver o Chico

e a voz da presidenta
diz o q me representa

só o futuro nos fará
compreender agora lá

sabemos o desfecho
entretanto, da janela, vejo

a farsa da história in
memorian, sim, inglória

mas no fundo da paisagem
(reparem) traz o tempo sua imagem

agora, já depois, de cara
Cazuza: o tempo não para

me acalmo com o registro
gravando o pacto sinistro

meus bisnetos perguntarão
e riremos do ridículo, então

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,


grato por compartilhar esse poema belo de Cernuda!



Beijos,
Adriano Nunes