21.4.16
Vinícius de Moraes: "Soneto de maio"
Soneto de maio
Suavemente Maio se insinua
Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.
Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
A destilar seu luminoso mel.
Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ia poder-se ver o rosto
Carregado de inveja e de presságio
Dos irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto...
MORAES, Vinícius de. "Soneto de maio". In:_____. Nova antologia poética. Seleção e organização Antonio Cicero, Eucanaã Ferraz. São Paulo: Companhia das Letras, 2005;
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Poema,
Vinícius de Moraes
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2 comentários:
Perfeito. Vinícius escreveu isto em 2016
Cicero,
grato por postar esse belo soneto!
Abraçaço,
Adriano Nunes
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