O terno e perigoso rosto do amor
O terno e perigoso
rosto do amor
me apareceu numa noite
depois de um dia muito comprido
Talvez fosse um arqueiro
com seu arco
ou ainda um músico
com sua harpa
Não me lembro mais
Nada mais sei
Tudo o que sei
é que ele me feriu
talvez com uma flecha
talvez com uma canção
Tudo o que sei
é que me feriu
feriu aqui no coração
e para sempre
Ardente muito ardente
ferida do amor.
Le tendre et dangereux visage de l’amour
Le tendre et dangereux
visage de l'amour
m'est apparu un soir
après un trop long jour
C'était peut-être un archer
avec son arc
ou bien un musicien
avec sa harpe
Je ne sais plus
Je ne sais rien
Tout ce que je sais
c'est qu'il m'a blessée
peut-être avec une flèche
peut-être avec une chanson
Tout ce que je sais
c'est qu'il m'a blessée
blessée au coeur
et pour toujours
Brûlante trop brûlante
blessure de l'amour.
PRÉVERT, Jacques. "Le tendre et dangereux visage de l'amour"/"O terno e perigoso rosto do amor". In:_____. Poemas. Seleção, organização e tradução por Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
2 comentários:
Cicero,
que poema belo! salve Jacques Prévert!
Abraçaço,
Adriano Nunes
Rosa
Rosa
Rosa ofertada
Rosa, rosa
De espessas pétalas
Suave e longínqua
Em meio às brumas
Não sei por onde anda
Em que Pangéia, pois
Divinamente alegria me trás
E se o mar é manso ou arrebatador
Indiferente à dor
Ó abre alas
Infinito é o amor.
Postar um comentário