17.1.16

Matthew Rohrer: "Poem" / "Poema": trad. de Sylvio Fraga




Poema

Você ligou, está no ônibus, no domingo,
acabei de tomar banho e espero você
chegar. Nuvens vêm deslizando do mar,
mas o quarto é delicadamente aceso pela camisa
verde que você me deu. Tenho praticado
uma nova forma de dizer oi e é fantástica.
Você estava tão triste: tchau: eu estava tão triste.
Todas as lojas estavam fechadas mas o céu
era alto e azul. Fui dar uma volta para ver se passava,
mas devo ter andado na direção errada.




Poem

You called, you’re on the train, on Sunday,
I have just taken a shower and await
you. Clouds are slipping in off the ocean,
but the room is gently lit by the green
shirt you gave me. I have been practicing
a new way to say hello and it is fantastic.
You were so sad: goodbye. I was so sad.
All the shops were closed but the sky
was high and blue. I tried to walk it off
but I must have walked in the wrong direction.




ROHRER, Matthew. "Poem" / "Poema". In: FRAGA, Sylvio. O andar ao lado. Três novos poetas norte-americanos. Matthew Rohrer, Jon Woodward, Matthew Zapruder. Seleção e tradução de Sylvio Fraga. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013.

6 comentários:

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,

grato por postar esse belo poema inglês!


Abraço forte,
Adriano Nunes

léo disse...

Cícero, há tempos não vinha por aqui. Lindos os poemas, o seu e os outros. "O seu e os outros" me lembra o Wally. Grande abraço e parabéns pela página. Abç

Antonio Cicero disse...

Que bom que você voltou, Leo! Obrigado!

Abraços

Nobile José disse...

cicero, td bem?

notei q no último verso da tradução consta o verbo andar no gerúndio ao invés do particípio. foi proposital?

abrçs.

Antonio Cicero disse...

Caro Nobile José,

Obrigado por chamar minha atenção. Foi um erro meu, de digitação. Já corrigi.

Abraço

F Ponce de León disse...

Prezado Antônio Cícero,
A versão em português reproduzida aqui parece preocupada em realçar o coloquialismo presente no original (“oi”, v. 6, e “tchau”, v. 7), a ponto de tomar algumas liberdades (“ônibus”, v. 1, e “dar uma volta para ver se passava”, v. 9). Entre os ruídos que me chamaram a atenção, citaria ainda os trechos “o quarto é delicadamente aceso” (v. 4) e “o céu era alto e azul” (v. 8 e 9).
Não pretendo ensinar o Pai-Nosso ao vigário, mas resolvi preparar uma versão alternativa. Eis a minha sugestão:

Poema (Matthew Rohrer)
Você telefonou, do trem onde está – é domingo;
acabei de tomar um banho e aguardo
você. Nuvens chegam do oceano,
a sala, porém, está vagamente iluminada pelo verde
da camisa que você me deu. Tenho exercitado
um novo modo de dizer olá – é fantástico.
Você estava tão triste: adeus. Eu estava tão triste.
Todas as lojas estavam fechadas, o céu, porém,
era alegre e azul. Tentei ir embora,
mas eu devo ter ido na direção errada.

Na minha visita anterior ao seu blogue, quando então tomei conhecimento do poema do Rohrer, enviei uma mensagem ao seu correio eletrônico. Gostaria de manter contato. Se não tiver recebido a mensagem (“Poesia contra a guerra, o livro”, em 23/1), por gentileza, confira o meu endereço eletrônico na postagem “Poesia contra a guerra, o livro” (http://poesiacontraaguerra.blogspot.com.br/2015/12/poesia-contra-guerra-o-livro_98.html).
Saudações literárias.