OZYMÂNDIAS
Disse o viajante de uma
antiga terra:
“Duas pernas de
pedra, no deserto,
Despontam gigantescas, e
bem perto
Há um rosto
destroçado que descerra
Os lábios num sorriso de
comando
Que atesta: o
escultor leu com mestria
Paixões que na matéria
inerte e fria
A mão que as
entalhou vão perdurando.
‘Meu nome é Ozymândias, rei
dos reis:
Desesperai perante
as minhas obras!’
Alerta uma inscrição no
pedestal.
Mas são ruínas tudo
o que ali sobra,
E um mar de areia, em árida
nudez,
Circunda a
decadência colossal”.
Tradução de André Vallias
OZYMANDIAS
I met a traveller from an
antique land
Who said: “Two vast
and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near
them on the sand,
Half sunk, a
shatter'd visage lies, whose frown
And wrinkled lip and sneer
of cold command
Tell that its
sculptor well those passions read
Which yet survive, stamp'd
on these lifeless things,
The hand that mock'd
them and the heart that fed.
And on the pedestal these
words appear:
‘My name is
Ozymandias, king of kings:
Look on my works, ye
mighty, and despair!’
Nothing beside
remains: round the decay
Of that colossal wreck,
boundless and bare,
The lone and level
sands stretch far away”.
SHELLEY, P.B. "Ozymandias". In:_____. Poetical works. Ed. by Thomas Hutchinson. Oxford: Oxford U. Press, 1970.
Um comentário:
Obrigado pela divulgação, Cicero!
Uma curiosidade: esse soneto foi lido no episódio 14 (5ª temporada) da aclamada série norte-americana "Breaking Bad": https://www.youtube.com/watch?v=jMySF1nkN8o
Grande abraço,
André
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