Espectro
Quem te disser agora como cai
a tarde apenas fala
da tua própria vida Quem agora
te disser como desce devagar
o inverno mais secreto
ao teu corpo não mente — apenas fala
do tempo que foi teu desde o princípio
ao fim Sempre soubeste
que nada vale nada
mas queres continuar Todos os dias
entregam ao futuro a sua sombra
e no entanto acendem ao crepúsculo
o seu mais claro enigma, esse resto
de sol em movimento
quando por um instante vês brilhar
ainda a sua luz, o seu incerto
espectro
AMARAL, Fernando Pinto do. "Espectro". In:_____. Paliativos. Lisboa: Língua Morta, 2012.
2 comentários:
Cicero,
grato por postar esse belo poema!
Abraço forte,
Adriano Nunes
Combinada
Estou pensando
em me mudar
estou mudando
E pegar o primeiro comboio
Zarpar
Comemorar
o comemorável
Sair do coma
Cambaleante
Combinado
Amante, pois
Isto é formidável
Combustão
do meu coração.
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