Sonnet LV
Not marble, nor the gilded monuments
Of princes, shall outlive this powerful rime;
But you shall shine more bright in these contents
Than unswept stone, besmear’d with sluttish time.
When wasteful war shall statues overturn,
And broils root out the work of masonry,
Nor Mars his sword nor war’s quick fire shall burn
The living record of your memory.
’Gainst death and all-oblivious enmity
Shall you pace forth; your praise shall still find room
Even in the eyes of all posterity
That wear this world out to the ending doom.
So, till the judgment that yourself arise,
You live in this, and dwell in lovers’ eyes.
Soneto LV
De
mármore não sei, nem de áureos monumentos
Que
sobrevivam ao meu canto poderoso:
O tempo mancha a pedra, enquanto em meus acentos
Tu
sempre ostentarás um brilho vigoroso.
Quando
estátuas a guerra infrene derruir
E as próprias construções das bases arrancar,
Não
poderão espada ou fogo destruir
Este
arquivo imortal que te há de relembrar.
Indiferente
a morte e a olvido hás de viver,
E encontrará guarida o teu louvor supremo
No
olhar das gerações que se hão de suceder
Até
que o mundo atinja o seu momento extremo.
Assim,
até o juízo em que despertarás,
Em
meu verso e no olhar dos que amam viverás.
SHAKESPEARE, William. Sonetos. Org. e trad. De Péricles Eugénio da Silva
Ramos. São Paulo: Hedra, 2008.
2 comentários:
Cantata
Voam as papoulas
Brancas, lilases,
Parecem suspirar
Tontas ao vento
Tocam notas
Flutuam ao luar
Miram as estrelas
Que brilham
Antes de findar
E qual seria o intuito dessa vida
Senão de exaltar
Esse pão de cada dia
Malgrado o tempo
Sem qualquer intento
Vagando entre a luz e a escuridão
Pois só não finda esse amor tão belo
Que na correnteza é como um elo.
Cicero,
Obra-prima! Obrigado por publicar William Shakespeare! Salve! Depois, enviarei a minha tradução deste belíssimo poema!
Abraço forte,
Adriano Nunes
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