10.2.13
William Shakespeare: "Sonnet XVI" / "Soneto XVI": trad. de Adriano Nunes
Soneto XVI
Por que não usas modo mais viril
Pra lutar contra o Tempo, o sanguinário?
E contra a derrocada, todo o ardil
Mais ditoso que o meu verso ordinário?
Agora te fincas na alegre aurora,
E vero virgem jardim inda intato
Com ardor daria tua grã flora,
Mais símile que teu próprio retrato.
Logo a verve da vida a vida ampara,
Pois, o lápis do Tempo, ou minha pena,
Nem o íntimo valor ou a graça rara,
Aos homens não engendram melhor cena.
Entregando-te a tudo, com certeza,
Permanecerás por tua destreza.
Sonnet XVI
But wherefore do not you a mightier way
Make war upon this bloody tyrant, Time?
And fortify yourself in your decay
With means more blessed than my barren rhyme?
Now stand you on the top of happy hours,
And many maiden gardens yet unset
With virtuous wish would bear your living flowers,
Much liker than your painted counterfeit:
So should the lines of life that life repair,
Which this, Time's pencil, or my pupil pen,
Neither in inward worth nor outward fair,
Can make you live yourself in eyes of men.
To give away yourself keeps yourself still,
And you must live, drawn by your own sweet skill.
NUNES, Adriano. "William Shakespeare: 'Sonnet XVI'. Disp. no site Laringes de Grafite. URL: http://astripasdoverso.blogspot.com.br/2013/02/william-shakespeare-sonnet-xvi.html. Acessado em 09/02/2013.
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6 comentários:
Cicero,
grato! Muito feliz por ver a minha tradução de Shakespeare aqui!
Abraço forte,
Adriano Nunes
Que tradução bela!!!
Júlio Silva
sei q a resposta pode ser muito ampla, mas um sim um não, ou um talvez já dêem uma orientada: a psicanálise é incompatível com a apócrise?
abrçs!
Não, Nobile José,a psicanálise não é incompatível com a apócrise.
pois é. perguntei pq vejo alguns pensadores fazendo um uso duvidoso da psicanálise para justificar valores morais obscuros, numa improvável justificativa de "comportamentos universais".
não só zizek, mas há mta gente, inclusive brasileiros, cometendo esse "delito".
rs
abrçs.
Realmente muito bem feita a tradução, parabéns para o Adriano!
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