17.7.12

Gertrude Stein: de "O que são as obras primas e porque são tão poucas?"




[...]
O que aos poucos se descobre é que não se tem identidade quando se está no ato de fazer alguma coisa. Identidade é reconhecimento, você sabe quem é porque os outros se lembram de alguma coisa sobre você, mas essencialmente você não é isso, quando está fazendo alguma coisa. Eu sou eu porque meu cachorrinho me conhece, mas, do ponto de vista criativo, o cachorrinho saber que você é você e você reconhecer que ele sabe é o que destrói a criação. É o que faz escola. Picasso uma vez comentou pouco me importa quem me influencia desde que não seja eu mesmo.
[...]


[...]
The thing one gradually comes to find out is that one has no identity that is when one is in the act of doing anything. Identity is recognition, you know who you are because you and others remember anything about yourself but essentially you are not that when you are doing anything. I am I because my little dog knows me but, creatively speaking the little dog knowing that you are you and your recognising that he knows, that is what destroys creation. That is what makes school. Picasso once remarked I do not care who it is that has or does influence me as long as it is not myself.
[...]



STEIN, Gertrude. "What are masterpieces and why are there so few of them?" In:_____. Writings and lectures. 1909-1945. Org. por P. Meyerowitz. Baltimore: Penguin Books, 1971.

4 comentários:

Marcello Jardim disse...

Cabala Nagulha

Salve, salve! Oh!, meus irmãos,
Não de grandezas, mas de misérias
Nossas mãos aqui se buscam
Somos dignos da compaixão
Que basta ser toda silêncio
De ver tão triste desunião.
O que vem primeiro, o real ou o verdadeiro?
O que nos separa.
O que nos separa de nosso único anseio é o
Demônio que pergunta à toa e provoca a ira
Do inseparado.
Do inseparado que já veio e nada, nada, está no meio
Pois se a realidade exterior é uma verdade interior
Reparem o lugar em que se encontram eles inseparados
Por distinções de raça, número ou gênero, ágape,
Ali mesmo onde o dentro é fora e o fora é dentro
Inclusive fala, cala, vive e morre a um só tempo
Todo o tempo é só o tempo que importa advento
Só não cabe uma pobreza própria ao pensamento
Que só funciona porque assovia e não chupa a cana
E só se ergue, precário, por conta do esquecimento
E tanto faz se a cana tem a preferência nacional,
A coisa aqui não se detém diante de questão nominal
E mostra-se toda inteira tão gostosa e devassa na palavra:

De≠si≠gual Dʘ≡ze≡grΔl 1ƻѺѺƼ1

De modo que, lamento, se alguém pensa é porque pensa
Que pensa algo como quem sonha num sonho, sonho adentro...
E assim separo de uma vez por todas o que não é ƎŊŦ3ŊÐĺM3҆Ŏ.

Unknown disse...

Prezado Antônio, boa noite!

Antes de mais nada, sua postagem me fez lembrar "Midnight in Paris" do Allen!

Muitíssimo interessante o ponto de vista de Picasso. Receber influência de qualquer um que não seja eu mesmo, contudo por que não ser influenciado por mim quando estou fora de mim!

Muita paz!

Lavínia Saad disse...

No ato de escrever
Me despedaço.
Pedra, bílis e aço.

Me refaz
Com suas artes
Mais que a soma
Das pífias partes

Quem aqui erra
E pausa
E me lê.

Jefferson Bessa disse...

Leio com a mesma beleza, importância e interesse esse trecho de Gertrude Stein como o trecho de Novalis que você postou anteriormente. São excelentes!
Jefferson.