18.5.16
Carlos Nejar: "Canção do cego barqueiro"
Canção do cego barqueiro
Orelha vasta de água,
o que escutas
vem de onde?
Orelha de céu chegado;
caracol de vogais, rio,
o que escutas
vem de quando?
E as coisas parecem ver-nos,
se as estivermos amando.
Trouxe os meus dias pequenos
como ramos de jacintos.
E que possam compreender-me.
E eu a eles, por instinto.
Os dias grandes são poucos,
gloriosos, talvez extremos.
E os diamantes no fogo
duram, enquanto morremos.
NEJAR, Carlos. "Canção do cego barqueiro". In:_____. Canções. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
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Carlos Nejar,
Poema
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