Casulo
ileso em meu asilo
de carne e pele
passo
do impasse que me impede
ao impulso que me impele
ao impacto
e peço
ao tempo que apressa o passo
do ímpeto ao inevitável
que me livre
de empate
e me leve
leve
ao nocaute
do casulo que me isola
agora
ANTUNES, Arnaldo. "Casulo". In: Suplemento Literário de Minas Gerais, nº 1352. Secretaria de Estado de Cultura: Belo Horizonte, janeiro/fevereiro de 2014.
3 comentários:
O Arnaldo quando acerta é no ângulo, e quando erra, é gol. O seu primado poético - em que pese um certo excesso, a meu ver, da influência do concretismo - é digno de se ler e reler. Não há demérito em se apontar a influencia em excesso deste ou daquele movimento poético. Trata-se apenas de uma constatação pessoal.
Para dialogar com que esse casulo, ontem achei um velho caderno, de há muito perdido (um milagre este encontro meu com o caderno, rsrs). Ao abri-lo, deparei-me com havia dois belíssimos versos do poeta luso Al berto - pseudônimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares - que tão cedo nos deixou.
Eis os versos, com o abraço do
Arsenio Meira Júnior
Ps 1 - "Quando aqui não estás
o que nos rodeou põe-se a morrer."
Al Berto
(1948 - 1997)
Ps 2 - Perdoe-me Cicero, mas não anotei o nome do poema, a publicação e os dados bibliográficos.
Cicero,
belíssimo poema! Salve nosso querido Arnaldo Antunes!
Abraço forte,
Adriano Nunes
Achei incrível! Obrigada por compartilhar.
Abraço,
Gisele Hammes
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