8.2.07

A MORTE DE ARQUIMEDES DE SIRACUSA

A MORTE DE ARQUIMEDES DE SIRACUSA

Os equilíbrios dos planos, as quadraturas
das parábolas, os cálculos da areia,
das esferas, dos cilindros e das estrelas:
nada do que realizei se encontra à altura
do que há por fazer. A matemática é longa,
a vida breve; e logo agora Siracusa,
sitiada, quer alavancas, catapultas,
dispositivos catóptricos, cuja obra
suga meu sangue, que é meu tempo. Por milagre,
hoje deixaram-me em paz. Na garganta trago
intuições por formular: áspero e amargo
pássaro engasgado. Nas paredes não cabe
mais diagrama algum. Traço-os no chão do períbolo,
na terra. Quem vem lá? Não pises nos meus círculos!





Um comentário:

Anônimo disse...

oi, antonio.
adorei a entrevista.
e gostei bastante do poema.
vou tentar arrumar uma graninha e comprar teu "finalidades".
abrações