As três Parcas
As três Parcas que tecem os errados
Caminhos onde a rir atraiçoamos
O puro tempo onde jamais chegamos
As três Parcas conhecem os maus fados.
Por nós elas esperam nos trocados
Caminhos onde cegos nos trocamos
Por alguém que não somos nem amamos
Mas que presos nos leva e dominados.
E nunca mais o doce vento aéreo
Nos levará ao mundo desejado
E nunca mais o rosto do mistério
Será o nosso rosto conquistado
Nem nos darão os deuses o império
Que à nossa espera tinham inventado.
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. "As três Parcas". In:_____. BERARDINELLI, Cleonice. Cinco séculos de sonetos portugueses. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.
Uma pancada para quem prega crenças... Bela Sophia. Lusitana com ares mediterrâneos. Que se foi mas ficou. Não é um paradoxo. Eis uma prova viva da sua permanência: "As Tres Parcas."
ResponderExcluirNão conhecia este lindo soneto Cicero. Vai pra meu arqueivo especial. Já li, reli e "tresli."
Abraços
Arsenio Meira Júnior
Feliz de ter encontrado o teu blog! Passarei a te visitar e a contemplar os encantos da palavra.
ResponderExcluir"...Porque pertenço à raça daqueles que percorrem o labirinto, Sem jamais perderem o fio de linho da palavra"
Cicero,
ResponderExcluirgrato por compartilhar poema belíssimo!
Abraço forte,
Adriano Nunes