12.1.15

A imprensa face ao terrorismo




Ontem, na Alemanha, terroristas atearam fogo a um jornal que havia republicado as charges que os assassinos da equipe do Charlie Hebdo haviam considerado ofensivas.

Proponho que toda imprensa de todo país democrático adote, de maneira geral, a seguinte atitude: cada vez que uma matéria publicada por um periódico seja usada como pretexto para um ataque terrorista, todos os veículos da imprensa republiquem-na com destaque.

Com isso, os ataques terroristas à imprensa serão equivalentes a tiros pela culatra.



5 comentários:

  1. Ah! Cicero se todos aderissem a essa proposta... os infames, nauseabundos, covardes e assassinos ataques terrorista seriam equivalentes a várias latrinas viradas pelo avesso nas cabeças dos genocidas fanáticos.

    Arsenio Meira

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  2. Caro Cicero,

    a proposta é ótima, mas acontece que os bárbaros não estão no portão, eles já entraram há muito tempo, e quem abriu a porta foram os outros religiosos.

    Em 2006, quando houve um caso parecido na imprensa dinamarquesa, tanto o departamento de estado americano quanto o papa e todas as outras igrejas condenaram os cartoons de Maomé, não a violenta retaliação islâmica, com incêndios a embaixadas dinamarquesas em várias partes do mundo árabe. Numa mídia dominada por imagens, nem um único jornal americano teve coragem de republicar os cartoons, nem em solidariedade ao jornal dinamarquês, nem sequer para que seus próprios leitores soubessem sobre o que se tratava a polêmica.

    O mesmo com Salman Rushdie, as autoridades de diversas religiões condenaram seu romance, mas não o fato de um chefe de estado ter oferecido publicamente dinheiro do próprio bolso para que assassinassem uma pessoa.

    Cristopher Hitchens comenta tudo isso nessa excelente palestra:

    https://www.youtube.com/watch?v=LZZ96SArpuc

    Quanto ao mais recente episódio, o que há de gente, apenas na imprensa brasileira, inventando justificativas pro ataque é de dar medo.

    Abraço,

    Erick.

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  3. Mas então, Erick, algo melhorou. A verdade é que, desta vez, a reação contra a retaliação islamista foi muito forte.

    Abraço

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  4. Tive outra ideia. Lembra do filme "Fahrenheit 451"? Lá para o final, Montag, que então abandonara seu posto como bombeiro queimador de livros, sugere a Clarisse que eles escondam livros nas casas dos bombeiros. "The system will eat itself", ele diz.

    De modo análogo, hackers poderiam publicar as charges "ofensivas" nos sites fundamentalistas (existem, não?), causando tremenda e brutal perseguição entre eles. Que se entendam.

    E uma ideia.

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