Juro dizer a meia-verdade
a meia-mentira
o centauro por inteiro
nada mais que a sedução da sereia
o passo em falso, verdadeiro
na beira de um desfiladeiro
juro com a mão direita
sobre a bíblia
e a mão esquerda abanando
em nome de Deus, de Zeus
de Oxalá ou da besta
juro que os que quiserem
somente a verdade
vão perder o melhor da festa
SILVESTRIN, Ricardo. Palavra mágica. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro / Massao Ohno, 1994.
Cicero,
ResponderExcluirSilvestrin é um dos grandes poetas contemporâneos. Esse poema é muito belo! Grato por compartilhá-lo.
Abraço forte,
Adriano Nunes
Cicero,
ResponderExcluirum poema recente:
"Vazão"
O vazio vagueia
Em mim...
Sentimento raro
A condensar o
Que deveras possa estar
Acontecendo.
Claro,
Sem se alimentar,
Sem tirar proveito
Do que possivelmente há
Por dentro do
Que penso.
E, nesta tarde,
Em que já não cabem
Dúvidas, deuses, dores, dividendos,
É que bem me compreendo:
Poeta a desafiar o íntimo
Do tempo.
Abraço forte,
Adriano Nunes