27.8.10

António Machado: poema XXX de "Proverbios y cantares"

XXX

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.

XXX

Caminhante, são teus passos
o caminho e nada mais;
Caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar se faz caminho,
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se voltará a pisar.
Caminhante, não há caminho,
mas sulcos de escuma ao mar.




MACHADO, António. "Proverbios y cantares". Poesías completas. Madrid: Espasa-Calpe, 1983.

11 comentários:

  1. [... trilhas

    que a mata densa e invasiva
    da vida cotidiana

    encobre lentamente

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  2. Caixeiro viajante

    Não ter destino
    Ser só uma folha no olhar
    O caminho traçado
    Na beira desse mar
    Lanço-me de cabeça
    E por favor, esqueça
    Se eu nunca mais voltar
    Não quero esse carinho
    Não quero esse redemoinho
    Não quero o desencanto
    Que a vida me cobre tanto
    Sou caixeiro viajante
    De agora em diante.

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  3. Cicero,

    meu poema mais recente:


    "instante"

    pequeno ou
    gigante,

    o instante
    não teme

    aqui
    estar.

    ai, falta um
    segundo

    pra o fim
    do frêmito

    do adeus
    à deusa

    Metáfora!
    o instante...

    gratuito,
    eterno,

    rebento
    do cérebro.


    A. Nunes.

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  4. Cícero,

    Lembrei-me do Gullar dos Poemas Portugueses.
    "Caminhos não há.
    Mas os pés na grama
    os inventarão."
    Abraço,
    JR.

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  5. Esse poema de Antonio Machado deveria ser emoldurado em todas as esquinas da vida, e classes de Escolas, ele é genial!

    Um beijo

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  6. A tradução enriqueceu o término do poema.

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  7. Cícero,

    Que beleza de tradução.
    Sempre gostei muito deste poema e ao tentar traduzir tive a impressão de estragá-lo em meio à semelhança das duas línguas.
    Abraço,
    Leo.

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