Bálsamos
Embora eu sôfrego mordisque
nem tão de leve o teu mamilo
vermelho a ponto de induzi-lo
à rigidez que lhe condiz —
querendo ainda mais, tranqüilo
não ficarei sem que petisque
"in loco" os bálsamos sutis que
procedem — úmido sigilo —
da contração de internas dobras
que (enquanto delas se avizinha
meu hálito) afinal desdobras
para que se entredigam sábios
tudo que sabem sobre minha
língua teus dois pares de lábios.
ASCHER, Nelson.
Algo de sol. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996.
Tão lindo que dá vontade de roubar!
ResponderExcluirClorinda
eu acho incrivelmente difícil encontrar boa poesia erótica (e por "boa", leia-se "poesia erótica de que eu goste").
ResponderExcluirgrande nelson!
bj, Cicero.
Mexeu comigo! Profundamente...
ResponderExcluirE Parabéns pelo blog!
ResponderExcluirtão lindo que dá vontade de roubar! [2]
ResponderExcluirAntônio Cícero,
ResponderExcluirQue coisa maravilhosa é a internet. Cá estou eu, no blog de um ídolo, de um sujeito que transpôs em verso muitas das minhas angústias, alegrias e dúvidas. Que muitas vezes disse o que eu precisava ouvir e que, mesmo sem o saber, me apontou caminhos. Que compôs parte importante da trilha sonora da minha vida, que me acompanhou enquanto eu curtia as minhas dores de amores. E aqui estou eu, a conversar com você! Obrigado por tudo!!!
Não sei se você gosta de jazz mas convido-o a conhecer o blog JAZZ + BOSSA, cujo endereço é:
http://www.ericocordeiro.blogspot.com/
Até sempre!!!
Érico,
ResponderExcluirMuito obrigado por me dizer coisas tão bonitas! Às vezes, como diz Waly Salomão, vale a pena ser poeta.
Abraço
Cicero,
ResponderExcluirBelíssimo poema de Nelson Ascher! Valeu!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
O CORPO CERTO
ResponderExcluircresce a respiração verbífuga
como um peixe exato
em silêncio evolui
até que mãos e bacias
avancem desossadas
o marimensor lançasse
na preamar da cama
canoas e perplexidade
cresce a respiração verbífuga
como um peixe exato
2
E fora da água
da vida, da morte
do tempo e espaço
a respiração-quase
encalha:
)em átimos do ótimo( outra imagem:
um cavalo morrendo
que mal-
dissesse.
e no entanto, novamente
cresce
a respiração verbífuga.
como um peixe exausto
3
diga-se antes de calar-se.
não fecha (na precária
conspiração dos corpos)
com a exatidão
das coreografias
e dos pássaros/
quando-amando
a respiração verbífuga
como um peixe exato
Esse é lindíssimo!
ResponderExcluirTenho o livro, mas fazia tempo que não o relia.
1 beijo do Recife, por lembrá-lo.