O que fez sentido
Reformulamos o amor porém se fórmula
não existia como repeti-la?
É preciso criar um eco ambíguo
que deixe de ser eco e tome a forma
do que viver possa ter sido:
encontraremos restos do sentido
que num instante incerto alguma coisa fez
e nunca poderá ser repetido
CRUZ, Gastão.
Escarpas. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.
Panta rei
ResponderExcluirA poesia do Antonio Cícero é a que me acompanha diariamente, às vezes, só ouço-a através do CD, sem tocar nos livros e nada se repete. A não fórmula. Sempre um POEMA novo a inaugurar novas impressões e sentimentos, tal como o invento amoroso. Obrigado Antonio Cícero!!!
ResponderExcluirJoão Luiz ou João do Corujão da Poesia.
www.corujaodapoesia.com
Cicero,
ResponderExcluirIntrigantemente belo!
Abração,
Adriano Nunes.
Um poema:
"A hora sem forma" - Para Manuel Bandeira
A cinza
A hora cinza
Acima do tempo
Ainda
Violeta
Violenta
Violada
Vândala hora-luz
(Sobre-
Humana
Promessa de vir-
Ar verso)
Além do pensar
A hora por vir
A outra
Aurora.
Adriano Nunes.
Muito obrigado, João Luiz! Viva o Corujão!
ResponderExcluirAbraço grande
Antonio,
ResponderExcluirLindo!
Um novo poema:
"É à noite"
É à noite
Que eu me dispo de mim
E vou ser quem me penso,
Que me alimento dos sonhos,
Dos lugares todos, dos lares,
Dos bares, becos,
Baixadas, cais,
Das taras, raras e caras,
Das prostitutas,
Dos michês,
Dos travestis,
Dos que estão ali
Apenas a viver.
É à noite
Que eu acho
As coisas mais transparentes...
Tendo-as no coração,
Abrigando-as, sem medo.
Assim me impregno
Das estrelas e da lua.
Hoje, à noite,
Vou-me libertar,
Vou-me dar
Por satisfeita,
Vou amar a vida,
Vou dançar, sentir-me
Perdida, vou sorrir,
Vou vingar
Entre brilho e treva.
É à noite
Que tudo pode
Descansar, dormir,
Fechar os olhos,
Parar um pouco...
E sonhar
Que é possível
Acreditar em
Alguma coisa.
Beijos,
Cecile.
Belo, Antonio!
ResponderExcluirPostei teu link no meu blog e todos os dias me faço feliz!
Parabéns!
Cláudia.
Cícero,
ResponderExcluirTodo mundo postando poemas rsrsrsr quero pôr o meu também na festa!...Opa! O poema do Gastão é tudo de bom! valeu!
"Acerto"
Da vontade veio
Essa idéia meio ingênua...
É que ando querendo
Estar perto de ti,
Próximo e íntimo
Dos teus pelos, dos teu poros
E de tuas caretas...
Até de tuas queixas.
Vibra em mim um desejo
Volátil de jogar-me
A teus pés...
(Acho que eu iria cair
Em gargalhada -
Não sou um bom
Ator!)
Porque
Estou pensando
Em como pôr
A minha vida dentro
Da tua: Carta
Encontrada no carteiro,
Garrafa lançada ao
Mar...
(Não é
Que tentei fazer isso
Uma três vezes
E a danada da garrafa
Voltou!)
O amor
Parece piada.
Ou poema
Por escrever.
Se vinga,
Vira rima.
Se não calha,
Ai que raiva!
Abraço,
Mateus.
"A grande vantagem da recordação (anamnêsis) é começar com uma perda, por isso está tão seguro, pois desde o princípio não tem nada a perder" (Kierkegaard, A repetição).
ResponderExcluirde um modo bem pouco racional,creio, o que se perdeu só pode ser rememorado no futuro, donde, procuramos na memória o futuro. Abraço.
Legal Paulo, levando para o âmbito do amor,lembrei do seu artigo "amor sem fim" , o amor pode acabar mas a fábrica de Amar continua, é eterna.
ResponderExcluirLindo!
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