11.10.09

Os ilhéus




Ouçam meu poema "Os ilhéus", na voz de Arthur Nogueira:









Os ilhéus

Uma sombra pode vir do céu,
imponderável como as nuvens
e cair no dia feito um véu
ou a tampa de um ataúde.
E nada impede que se afundem
neo-Atlântidas e arranha-céus
ou que nossas cidades-luzes
submersas se tornem mausoléus.
Em arquipélagos, os ilhéus
pisarão ruínas ao lume
do mar, maravilhados e incréus
e devotados a insolúveis
questões, espuma, areia, fúteis
e ardentes caminhadas ao léu.



CICERO, Antonio. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002, e Póvoa de Varzim: Quasi, 2006.

16 comentários:

  1. Ficou bonito!

    P.S.:e sim, a tragédia nos espreita sempre, sem drama.

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  2. http://fogomaduro.blogspot.com11 de outubro de 2009 às 17:46

    Caro Antonio Cícero,

    Belo o poema, excelente a leitura.

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  3. Querido Cicero,

    que surpresa ver/ouvir "Os ilhéus" aqui, na minha voz, em gravação tão despretensiosa - confesso que fico acanhado. Mas o poema é belo e você é o máximo, muito obrigado.

    Beijo grande.

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  4. Cicero,


    Seu poema é uma obra-prima. Belíssimo e com uma técnica comum a poucos. Que bom vê-lo aqui! Quando você postará um outro inédito? Estamos todos ansiosos!

    A leitura do Arthur está linda!



    Abraço grande,
    Adriano Nunes.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Cicero,


    No soneto "dita diversa" eu engoli a palavra "Feita" antes de "em mim". Senão o verso ficaria só com três sílabas poéticas ao invés de quatro, como eu pretendia!



    Abraço grande,
    Adriano Nunes.

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  7. paulinho (paulo sabino)13 de outubro de 2009 às 15:17

    poema maravilhoso, leitura maravilhosa, tudo uma maravilha!

    beijo grande em você e no arthur!

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  8. Muito bonito o poema, Cícero, o poema traz o frescor de um paraíso perdido/imaginado. O mundo secreto onde habita a alma dos artistas, dos poetas. Muito bonita também a leitura da gravação.
    Grande abraço.

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  9. O poema e a leitura são do caralho!!!

    Cicero é um bruxo iluminista... [rs]

    Aeta

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  10. O seu poema com a voz do meu querido Arthur Nogueira tornou-se algo proximo do perfeito.
    Continue assim, pois suas palavras são inspiradoras!
    Admiro muito o teu trabalho.
    Abraços, Jean Leal

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  11. Cicero, na versão musicada por Wisnik, lê-se "onda" ao invés de "sombra":

    http://zemiguelwisnik.bandcamp.com/track/os-ilh-us

    Como gosto de cantá-la, fico com onda ou com sombra?

    Abraçaço

    Paulo

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  12. Paulo,

    cante do jeito em que se sentir melhor.

    Abraço

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  13. Agora, com a voz da Adriana, o poema ficou mais leve...Vocês dois são uma ótima parceria.
    Abraços

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  14. Que ótimo, Fabiana! Obrigado por me dizer!

    Beijos

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