2.1.09

"Leblon"

Ontem postei um poema do meu livro Guardar. Hoje, um ainda inédito em livro:




Leblon


O menino olha para o mar:
lá no fundo ele se funde ao céu;
mas atrás há um muro e aquém do olhar
pulsam sangue e morro e mata e breu.


.

22 comentários:

  1. AMADO CICERO,

    Todos nós entendemos porque você demora em lançar poemas... esperar por eles é sempre dádiva!
    O último verso desse belíssimo poema transcende em imagens e sons;o duplo sentido (verbo/substantivo) transporta o leitor para infinitas possibilidades visuais! Que bom que existe Antonio Cicero no mundo!


    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

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  2. Muito obrigado, Adriano, nem sei o que dizer.

    Obrigado também ao Adrualdo. Feliz 2009 para você também!

    Abraços

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  3. Adorei o poema, Cícero: certeiro, como sempre. Parabéns!

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  4. AMADO CICERO,

    Instigado pelo seu poema, fiz este.

    "MAR"


    Do cais, o mar mantém
    Sua líquida dinâmica.
    Tudo vibra: sua tez,
    Esverdeada musa,


    Dragões, tribais, Tritão,
    Surfistas, luz, calor.
    O tempo se distrai
    Porque a vida delira.


    Olhares se comovem
    E Deus mergulha ali,
    Onde o nada se afoga.


    Do trampolim, atiro-me:
    Ondas viram sereias
    E, poemas, minh' alma!


    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

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  5. Caro Cicero,

    Parabéns, muito bonito o poema. É um grande privilégio podermos apreciar um poema seu ainda não publicado em livro. A propósito, há alguma previsão de quando sairá seu próximo livro?

    Grande abraço,
    Carlos Eduardo

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  6. Cicero,( por favor, não publique!)

    Fiquei muito instigado por seu poema e estou até agora com ele na cabeça. Por isso, pensei também em como poderia trocar a palavra "junta" por "funde", acho que vc pôde também ter antes pensado nessa palavra, pois fundo/funde... o calor do sol funde e a visão afunda... o seu poema é tão intenso em sentidos que tive a ousadia de tentar melhorar o que já está mais que perfeito. Por favor, não considere essas palavras, é só imaginação de poeta que admira poeta.


    Beijo grande!
    Adriano Nunes.

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  7. Talvez, nas penhas, o que espante mais
    não seja o ser de uma só vez imensa,
    erguida, inabraçável, sua presença
    impactante, paisagem contumaz;

    afinal, por mais belo, mais loquaz
    que um Corcovado a um mortal convença
    de sua eternidade e indiferença,
    é o tempo ainda que nos dá sinais,

    é o tempo ainda o que demais espanta
    a efêmera pupila que lhe assiste,
    é o tempo que acumula e se agiganta

    quanto mais, todo dia à vista, em riste,
    a rocha-monumento se levanta,
    nesse expandir, é o tempo que persiste.

    Feliz 2009, Cicero(ne).

    Marcelo Diniz

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  8. Adriano,

    muitíssimo obrigado! Você está certo, "funde" é irresistível nesse verso, depois de "fundo". Vou fazer a mudança.

    Um grande abraço

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  9. Amado Cicero,

    Você realmente não existe! A humildade em pessoa. Por isso, este blog vive rodeado de gente iluminada e que o adora mesmo!Beijo grande nessa alma preciosa!

    "CRENÇA"


    Eu cresci cercado de muitas trevas
    E dos livros. Eu quase me privei
    Dos estranhos sonhos, da dura lei
    Da vida. Por que tudo não releva?


    De Deus, sempre acreditei na Palavra,
    Nas Promessas. E nada naufragou
    Dentro do coração. Provei do amor
    Dos Céus, através do Perdão, Palavra


    Escrita, que me atravessou, profética.
    A tantos temores, sobrevivi.
    Agora creio na Santa Poética.


    Tristeza não me apavora. Perdi,
    De vez, o medo da morte. Da Métrica,
    Ó, Verso Sagrado, livre-me aqui!



    Adriano Nunes.

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  10. Adriano,

    não é questão de humildade, mas de fazer o que é melhor para o poema: de fazer o que o poema quer.

    Abraço

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  11. Obrigado, Marcelo!

    Parabéns pelo poema e, sobretudo, pelo seu belo livro "de amor & sobre".

    E feliz 2009 para você, o Carlos Eduardo, o Dilan e o Alex.

    Abraços

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  12. Õ poeta é lindo! Tudo que eu queria era te encontrar aqui pela minha Venâncio e dizer frente e prosa o quanto lhe adoro!!!!

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  13. Antonio,

    O Leblon nunca foi tão lindo assim! Encantada com esses versos!


    ***DUELO***


    Eu vim
    Aqui.


    Vi mundos
    E, além,


    Em mim,
    Ninguém.


    No fundo,
    Só nomes.


    Não me
    Venci.


    Beijos,:)
    Cecile.

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  14. Poeta,

    eu fiquei sinceramente emocionada com seu gesto operário para com o verso.

    pensei, por causa da emoção de fã, em lhe dizer um monte de coisas a respeito da forma como eu acompanho seus lançamentos, seus poemas, suas letras

    (ainda me lembro a primeira vez que “vi” em livro sua poesia, como foi rápida minha ida até a Travessa para guardar o “Guardar”..),

    mas acho que bastará dizer:

    você é imenso!

    Grandioso como merece a Grécia que Resplandece através de Você.

    aguardo o lançamento do livro para fazer par aos outros teus que coleciono aqui!

    Grande Abraço!

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  15. Betina,

    nem tenho palavras, diante das suas. Muito obrigado.

    Grande beijo

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  16. Antonio,

    Gostei muitissimo do poema. É sempre um prazer ler um novo poema seu, mas esse me tocou em especial.

    Fico feliz que esteja criando e partilhando conosco essas criações. Obrigado.

    um abraço,
    lucas

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  17. Obrigado, Lucas. Que bom ter você por aqui!

    Grande abraço

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  18. pois é, rapaz,

    posso ficar um tempinho sem pintar aqui porque, ao aparecer, tenho a certeza absoluta de que me depararei com um monte de textos maravilhosos. não bastasse, para a minha grande surpresa e alegria, ainda topo com esta pérola-poema, inédita!

    que lindo, cicero! que imagens fortes!

    e a coincidência: há pouco (não tão há pouco, na verdade), estive no vidigal, no apê duma amiga, com uma vista lindíssima (pegando de são conrado ao arpoador, uma coisa de louco!), e me percebi com a atmosfera dos seus versos. lá à frente, a minha grande fissura, o meu grande amor, o mar, este útero às vistas. e, atrás do prédio, o morro e medo e morte e mata e breu.

    tudo divino, tudo lindo, meu porto de luz!

    você é o máximo!

    beijo grande e gostoso!

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  19. Obrigado, Paulinho. Que bom que você voltou!

    Beijo

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  20. de seguir as pegadas cheguei a este teu espaço - obrigada pelos versos lindos!

    não se cansa de cantar o rio de janeiro, fevereiro, março, abril:

    copacabana
    líria porto

    um requebro um meneio
    um balanço de quadris

    esta calçada morena
    tem curvatura de miss

    *
    grande abraço

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