Rumor do mundo
As palavras, vício
torpe, antigo.
As últimas? As primeiras?
Como os ouriços
abrem-se ao rumor do mundo:
o sol ainda verde dos limões,
os esquilos
doutras tardes, o latido
da chuva nas janelas,
os velhos em redor do lume
— nunca foram tão belas.
Andrade, Eugénio, "Rumor do mundo", in Poemas de Eugénio de Andrade: seleção, estudo e notas de Arnaldo Saraiva (Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1999).
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