20.8.22

Diego Mendes Sousa: AVE DOÍDA

 



Ave doída



O poeta

é aquele

ser risível 

que opera,

pesa, sente,

sangra 

e galopa

insano.


Dói

o espanto

e se 

descoisificam

os nomes.


Como dói o espanto?

Como dói o espanto!

Como dói o espanto.


O poeta dói-dói

é essa ave doída

ridícula e ferida

que sonda

o abismo

o tempo

a vida


as ruínas


e voa

só voa só voa

só voa







SOUSA, Diego Mendes. AVE DOÍDA

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