Autocrítica
Só duas coisas conseguiram
(des)feri-lo até a poesia:
o Pernambuco de onde veio
e o aonde foi, a Andaluzia.
Um, o vacinou do falar rico
e deu-lhe a outra, fêmea e viva,
desafio demente: em verso
dar a ver Sertão e Sevilha.
MELO NETO, João Cabral de. "Autocrítica". In:_____. "A escola das facas". In: Poesia completa. Org. por Antonio Carlos Secchin. Lisboa: Glaciar, 2014.
Sempre me confundem estes poemas regionalistas de João Cabral. Este, em específico, mais uma vez contrapondo a Andaluzia ao Pernambuco dos engenhos de cana de sua infância, fico em dúvida de qual lugar fala esse eu lírico. Reler, reler...
ResponderExcluirBasta, caro Paulo, a meu ver(desver), a beleza e a fortaleza desse poema.
ResponderExcluirSem dúvida! Eu é que tenho mania de querer quebrar a casca para saber o que tem dentro rsrsrs.
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ResponderExcluirSe houver uma alma
pulsante
que pulse
se houver uma alma
querendo
que queira
vou plantar um pé de goiaba
e de mangueira
Não há muito o que fazer
Diante a asneira.