30.5.20

Lêdo Ivo: "A palavra final"




A palavra final


Falo como as plantas.
Digo como as pedras.

Clamo como o réptil,
o miasma e o verme.

Quantas vozes tenho
quando estou calado?

Meu silêncio é a voz
vinda do outro lado

onde a escuridão
dispensa as palavras

a fala espantada
de quem sabe e cala.




IVO, Lêdo. "A palavra final". In:_____. "Crepúsculo civil". In:_____. Poesia completa 1940-2004. Rio de Janeiro: Topbooks, 2004.

6 comentários:

  1. Penso no último livro de Ivan Junqueira. Essa música.

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  2. Embolada

    Na madrugada
    Os cânticos são mansos
    E lá no céu
    é possível ver
    as estrelas a brincar
    Cá estou no limiar
    Na curva do emboléu
    e ver-te assim tão presente
    deixa-me ausente
    e contente
    A flanar no teu olhar
    Na tua virtude de ser
    Uma fagulha
    Que muito mais que viver
    a mandar às favas
    é criar um mundo
    imenso e profundo
    Aonde posso mergulhar
    Sem medo de naufragar.

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  3. Antonio, qual poema você declama na canção "quanto tempo" do Celso Fonseca?
    (Espero que esteja bem nesses dias duros)

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  4. Caro Atilio,

    Declamo o poema "Minos", do meu livro "Guardar".

    Abraço

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  5. Oi Antonio Cícero, tudo bom? Parabéns pelo belíssimo conjunto da obra. Gostaria de te enviar um e-mail, para qual seria? Obrigado e vida longa!

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  6. Caro Luck,

    escreva para este blog mesmo dizendo qual é o seu e-mail. Não publicarei seu comentário, mas escreverei para seu e-mail.

    Abraço

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