28.5.20

Adriano Nunes: "Nesses instantes dispersos"



Sendo hoje aniversário do querido amigo Adriano Nunes, resolvi aqui postar um dos belíssimos poemas do seu e-book Escombros do Infinito, que foi lançado pela Amazon.





Nesses instantes dispersos




Madrugada. Outros versos

Vazam do báratro infindo

Do ser. Sonhos vão fluindo...

São vários, vivos, diversos!



Viver vem-nos diluindo

Nesses instantes dispersos

Em que nos vemos imersos

Na dor, na alegria... Indo,



À tez dos acasos, para

A plenitude mais clara

Do fenomênico mundo.



Madrugada. Quem repara

Que em mim tudo fere fundo

E sangra, neste segundo?




NUNES, Adriano. "Nesses instantes dispersos". In:_____. Escombros do Infinito. Amazon: e-book Kindle, 2020.

3 comentários:

  1. Eu reparo. Parabéns ao poeta. Aí vai um de minha autoria:

    AVE VAZIO!

    Uma ave mais que branca: em branco. Nada.
    Até o motivo de nomeá-la “ave”
    Jaz apagado no seu voo suave.
    Vazio aéreo, nulidade alada.

    Já que seu voo não tem mais o entrave
    De um norte em desnorteios da jornada,
    Levam-na as mãos do vento, mãos de fada,
    Mãos amputadas: sem tutor que as trave.

    Vejo voar esse emplumado zero.
    Vejo-o porque hoje me esvazio: austero,
    Anulo tudo o que sou, tenho e quero.

    Da solidão trancada de um casebre,
    Contemplo-o até que a lucidez, com febre,
    No meu cérebro enfim se descerebre.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Outro:

    Sergipana


    Domino a fera?
    É moça braba.
    Quem monta nela
    Se fode: acaba.

    Há primavera
    E abracadabra
    Nos olhos seus?
    Quem sabe. Deus

    Abra a macabra
    Cancela nova
    Dessa Mulher.

    Não é pra mim,
    Sou um chinfrim
    Rapaz qualquer.

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