As ruínas de Selinunte
Correspondendo a fragmentos de astros,
A corpos transviados de gigantes,
A formas elaboradas no futuro,
Severas tombando
Sobre o mar em linha azul, as ruínas
Severas tombando
Compõem, dóricas, o céu largo.
Severas se erguendo,
Procuram-se, organizam-se,
Em forma teatral suscitam o deus
Verticalmente, horizontalmente.
Nossa medida de humanos
– Medida desmesurada –
Em Selinunte se exprime:
Para a catástrofe, em busca
Da sobrevivência, nascemos.
MENDES, Murilo. "As ruínas de Selinunte". In:_____. "Siciliana". In:_____. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Cícero, muito obrigado pela gentileza! A quem interessar, há o conhecido ensaio do Davi Arrigucci sobre esse poema, em "O cacto e as ruínas". Grande abraço!!
ResponderExcluirFaz falta um ebook da obra completa de Mestre Murilo.
ResponderExcluir"Curioso"é que me deparei com esse poema do Murilo sobre uma ruína antiga num dia em que faz 20 anos do atentado às Torres Gêmeas, às quais não restam nada para contar história... Acho que as torres do século XX e XXI são mais vulneráveis... Abraço
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