Alguns versos
As
letras brancas de alguns versos me espreitam,
em
pé, do fundo azul de uma tela, atrás
da
qual luz natural adentra a janela
por
onde, ao levantar quase nada o olhar,
vejo
o sol aberto amarelar as folhas
da
acácia em alvoroço: Marcelo está
para
chegar. E de repente, de fora
do
presente, pareço apenas lembrar
disso
tudo como de algo que não há de
retornar
jamais e em lágrimas exulto
de
sentir falta justamente da tarde
que
me banha e escorre rumo ao mar sem margens
de
cujo fundo veio para ser mundo
e
se acendeu feito um fósforo, e é tarde.
Belo poema.
ResponderExcluirObrigado, Jonas!
ResponderExcluirTudo tem o seu tempo e a tarde de ser tarde é ainda tempo. E conta. E quem dera que não contasse e numa centelha voasse. Ou mergulhando para o fundo se dissolvesse nas águas, sendo, enfim, alimento de peixes e corais.
ResponderExcluirAntônio Cícero aceita jovens escritores para orientar?
ResponderExcluirCompreendo que deve ser uma pessoa bem ocupada, mas queria uma crítica em poucas linhas de meu poema. Opinião sincera! Desde já agradeço.
Insuficiência
(À Língua Portuguesa e à Torre de Babel)
Todas as palavras não me dizem o que agora ocorre.
Todas as palavras são escassas para dizer o que já se passou.
Todas as palavras não serão todas quando o futuro chegar.
Todas as palavras que hoje falamos não são as que falaram meus avós.
Todas as palavras que hoje falo talvez…
Todas as palavras sempre serão insuficientes enquanto o homem imaginar e criar.
Caro Jonas,
ResponderExcluirSinceramente, gostei do seu poema. É um poema de verdade. Parabéns!
Abraço