5.5.18
Hart Crane: "Medusa": trad. de Augusto de Campos
Medusa
“Caia comigo
Nas estrelas frígidas
Caia comigo
Na luz do delírio
Mergulhe
Onde não há canção
Salvo as cãs dos ventos velhos.
Siga-me
Até o fim,
Até o caos estonteante
O eterno caos fervente
Dos meus cabelos!
Contemple a sua amante, –
Pedra!”
Medusa
"Fall with me
Through the frigid stars:
Fall with me
Through the raving light: –
Sink
Where is no song
But only the white hair of aged winds.
Follow
Into utterness,
Into dizzying chaos, –
The eternal boiling chaos
Of my locks!
Behold thy lover, -
Stone!"
CRANE, Hart. "Medusa". In: CAMPOS, Augusto de (org. e trad.). Poesia da recusa. São Paulo: Perspectiva, 2006.
Poema tão bonito! Há uma força atractiva nas palavras do poeta e que chama ao caos dos cabelos da medusa e talvez adoce as víboras que nele se retorcem. Unicamente para que quem a olhe se mude em pedra dura. Pobre medusa que mesmo morta tem tal poder.
ResponderExcluirDeita-se uma jovem com um deus e só ela é que é castigada. Mal feito.