Discurso do papagaio de papel
para José de Guimarães
Do alto vos falo, onde
acrescento azul de muitas cores
ao outro azul que os olhos vossos vêem
quando outra coisa não há no chão que ver.
Do alto me assobio,
vertendo em vós silêncio alçado
por cima dos ventos nos buracos
que a vossa vida minam.
Do alto assumo ser
preso ao chão que me solta
e estar como um farol assinalando
a possível e vera liberdade.
TAMEN, Pedro. "Discurso do papagaio de papel". In:_____. "Depois de ver". In:_____.
Retábulo das Matérias. Poesia 1956-2001. Lisboa: Gótica, 2001.
Muito bom.
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