Soneto
À doce sombra dos cancioneiros
Em plena juventude encontro abrigo.
Estou farto do tempo, e não consigo
Cantar solenemente os derradeiros.
Versos de minha vida, que os primeiros
Foram cantados já, mas sem o antigo
Acento de pureza ou de perigo
De eternos cantos, nunca passageiros.
Sôbolos rios que cantando vão
A lírica imortal do degredado
Que, estando em Babilônia, quer Sião,
Irei, levando uma mulher comigo,
E serei, mergulhado no passado,
Cada vez mais moderno e mais antigo.
IVO, Lêdo. "Soneto". In: CAMPOS, Paulo Mendes (org). Forma e expressão do soneto. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, s.d.
Cicero,
ResponderExcluirBelíssimo! Salve meu amigo amado Lêdo Ivo!
Abraço forte,
Adriano Nunes