20.2.14

José Almino: "É mal de enigmas não se decifrarem a si próprios"





É mal de enigmas não se decifrarem a si próprios.
Carecem de argúcia alheia
e da retórica.
Procuram uma qualidade
em pedra e cal.

(Repelem-na,
ao mesmo tempo.
Tal é a condição dos enigmas.)

Quedam-se por aí:
esguios ao tato,
ocos de imagem,
ferozes no seu silêncio.

Dignos e sós
como um concerto de violoncelo.



ALMINO, José. A estrela fria. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

2 comentários:


  1. Criatura invulgar
    És o meu lar
    Minha alma
    Que navega
    por esses mares de ti
    Em cada momento que passa
    Uma página do estradão
    edição limitada
    Amada
    Lá vou eu
    na tua direção
    Só levada pelo coração.

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  2. Anti-esfinge


    Tenho poemas
    guardados
    Eles são o mofo do
    Meu fado
    Quando respiro
    Trago-os

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