Fim do céu
Sonha em jogar os olhos nas
profundezas da cidade próxima
sonha em dançar no abismo
em ignorar os dias que devoram
as coisas, os dias que engendram as coisas
sonha em levantar, em fluir como o mar
em apressar os segredos
começando um céu
no fim do céu.
ADONIS.
Poemas. organização e tradução de Michel Seliman. Apresentação de Milton Hatoum. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Caramba, Cícero: depois do seu e-mail passei por aqui e dei de cara com esta beleza encarnada sobre as palavras. Encantada sobre o verbo. Seu site ou pensa ou é belo. Ou é belo e pensa, o que me remete ao livro que você escreveu... rsrsrs
ResponderExcluirgrande abraço
Há pessoas que já sabem tudo sobre o ser humano.
ResponderExcluirAssim este poema.
No fim, só quem está em busca é capaz de entender a busca. Poesia não garante privilégios civis, mas de certa forma ajuda a nos sentir humanos, tanto no sentido renascentista quanto no mítico.
Excelente poema!